quinta-feira, 29 de julho de 2010

Cover "Pursuit of Happiness"

Caça à felicidade. Todos os anos sucumbo a vários vícios – fatalidade de quem se assume obsessiva e pouco interessada em oferecer-lhes resistência. Entre os muitos vícios de 2009, houve um que, numa especial proclamação de espectacularidade, resistiu, desde finais de 2009 a meados de 2010, ao massacre das audições diárias – meu Deus, que há drogas mais duras que outras. Diz que se chama Pursuit Of Happiness, é de Kid Cudi, e conta com a gloriosa participação dos MGMT e dos Ratatat, resultando numa obra cujo sucesso se deve, até aposto, à miragem do título. Na minha habitual incompetência para textos sobre música (que se emaranham na minha cabeça ad eternum sem nunca verem a luz do post), a dita maravilha ficou por publicar. Curiosamente, chega hoje a pretexto de uma cover. Não se surpreendam se musicalmente vos soar ao mesmo, pois é na interpretação que se afirma a diferença. O tom grave e cool do original transforma-se num agudo grito feminino («elas gritam melhor», dizia ele, julgava eu) e substitui a confiança na redenção pela esperança desesperada. Não me censurem por acabar a pessoalizar a questão – é que não há outra forma de cantar «I’ll be fine, I’ll be good», senão como quem quer desesperadamente acreditar em si própria.


(Reparem do pormenor da t-shirt)




Este post é da inteira responsabilidade da Menina Limão

terça-feira, 27 de julho de 2010

Kele Okereke,The Boxer


The Boxer (não, não é o fabuloso Boxer dos The National) é o primeiro trabalho em nome próprio de Kele Okereke, o difícil, controverso ou, há quem diga, tímido vocalista dos Bloc Party. 'Tenderoni', o primeiro single, é mais dançável e electrónico do que esperava. Gostei. 'Everything you wanted' mais Bloc Party, talvez pela expressão e exploração da voz de Kele, segue outros caminhos. Também gostei. Quem gosta mais do início de Bloc Party pode sentir a falta do vigor de temas como 'Helicopter' ou 'Banquet', mas têm também faixas mais calmas e outras mais dançáveis. Neste 'The Boxer', há um bocadinho de tudo. Em baixo há um Kele comovido até às lágrimas.


IndieAna, em searching a kleenex mode

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Karmacoma / Jamaica in Roma no Sudoeste

Se há post que não pode ser feito de ânimo leve, este, sobre os Massive Attack, é um deles.
Tudo começu em Bristol, que no início dos anos 90, deu-nos o melhor que tinha a dar, em termos de emoções obscuras carregadas de downtempos e downbeats, a serem vividas na intimidade de um quarto com portas fechadas. Nasceu a trip hop, dispararam os êxitos dos Portishead, do Tricky (ex dos Massive) e dos Massive Attack.
Actualmente ele são "3D", aka, Robert Del Naja e "Daddy G", aka, Grant Marshall e são, sozinhos e sem mais palcos ao lado, por si só, uma boa razão para apontarmos a nossa bússola a SW.
De cada albúm que lançaram, saíram no mínimo 2 hits interplanetários que darão com certeza vários grandes momentos no festival que se avizinha.
Do Blue Lines, todos conhecemos, ao menos o unfinished sympathy, com a Shara Nelson. Do album Protection, ninguém escapou ao Protection (com a Tracey Thorn dos Everything but the girl) e muito menos ao Karmacomma. Do album Mezzanine, todos admirámos o feto do vidéoclip de Teardrop e do 100th window impressámo-nos com a voz de Sinead O´Connor no Special Cases. Recentemente, do albúm Heligoland, os mais atentos, não perderam pitada do fabuloso clip de Paradise Circus, realizado por Havotro.
Num concerto sem as vozes originais, mas com a força e genialidade massiva, do som Attackiano, as expectativas são altas. A ver vamos.

Entretanto, deixo-vos com o óbvio Karmacoma. Massive Attack aqui ainda com Tricky :


Discografia : Blue Lines (1991), Protection (1994), No Protection (1995),  Mezzanine (1998), 100th Window (2003), Danny the dog (2005), Splitting the Atom (2005), Heligoland (2010)


Site oficial : http://www.massiveattack.co.uk/

Mlle_Carla
Like a soul without a mind
In a body without a heart
I´m missing every part

The Very Best no Sudoeste

Os "melhores" são os DJ/produtores ingleses Radioclit e o malawio Esau Mwamwaya. Juntaram-se e só podiam dar nisto, num very best mix entre o ritmo africano e a electrónica inglesa. Se é verdade que a fusão entre os sons afro e uma sonoridade mais ocidental, está longe de ser original nos dias que correm, também devo admitir que os The Vey Best conseguem-nos trazer um som refrescante, com personalidade própria, que nos leva a dançar sem sensações de déjà vu ou déjà entendu.
Neste festival ao pé da praia, são muito bem vindos e assentam-nos bem como a ideia de um refresco on the rocks no final de um dia quente de praia e de ritmos.
Tropeçámos já neles, de vez em quando, a colaborar com a M.I.A. (com a Rain Dance), os Vampire Weekend (Warm heart of Africa com Ezra Koening) , os Architecture in Helsinki e o Crookers (no albúm Tons of friends).

Então, vamos dançar ao ritmo malauiano ? A setinha no quadradinho em baixo leva-nos ao Malawi, com a ajuda dos Archicture in Helsinki.


Discografia : Esau Mwamwaya and Radioclit are the Very Best (2008) e Warm Heart of Africa (Moshimoshi) (2009)

Mlle_Carla

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Friendly Fires no Sudoeste

So go and pack your bags / For the long haul / We're gonna lose ourselves / I promise / This time next year will be forevermore / And every night we'll watch the stars / They'll be out for us

Duas palavras mágicas : dança e punk.
Como é que se pode resistir ?
Se juntarmos o carisma dandy, bem humorado e em quantidades generosas deste trio funtástico, muito british, e dos sons que produzem, compreendemos porque é que são tão irresistíveis.
E escolher o quadradinho para ficar aqui em baixo ainda ficou mais difícil do que em Beirut, se é que isso é possível. Se o concerto não for bom é porque o cancelaram, porque com temas como o muito bem programado On Board, o Jump in the Pool, o criativo e sambástico Kiss of live, o Lovesick, o White diamonds ou o Skeleton boy até podem vir coxos, roucos e de costas. Já está ganho !
Mas, please, venham com tudo em cima, que nós aguentamos com todo o fogo que vier do vosso/nosso lado.

Sir, madam, convosco ... Paris :


Novidades em primeira mão : http://www.wearefriendlyfires.com/
Eles são : Ed Macfarlane, 25 anos, vocalista e principal compositor do grupo, Jack Savidge, bateriasta e Edd Gibson à guitarra. E não foi cedo demais que saíram da garagem dos pais.
Mlle_Carla, lovesick of this sound

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Beirut no Sudoeste


Ver Beirut no Sudoeste, é por si só geograficamente difícil, se considerármos que tudo começou no México*, a coisa complica-se e se nos lembrarmos que a música parece-nos chegar dos Balcãs, e que há duas músicas que têm o nome de cidades francesas, corremos um verdadeiro risco de nos perdermos, algures no meio do Oceano Atlântico. E, no entanto, torna-se tão simples, perceber porque é que vou rumar a Sudoeste, porque é que não posso perder este festival.

Algumas razões óbvias :
- Elephant Gun


Nantes :


... pequena interrupção ... tive que ouvir 4 vezes seguidas este som. Fico sempre com um bug, quando chego a "Nantes"...
Cliquot :


E agora podia continuar a fazer incorporações do youtube, mas acho que já deu para perceber onde é que eu quero chegar.

Discografia : Gulag Orkestar (2006) e The Flying Club Cup (2007)

* Onde nasceu Zach Condon, o fundador, vocalista, ukelelista e trompetista da banda

Mlle_Carla, looking for a sunday Smile 

segunda-feira, 19 de julho de 2010

16º Super Rock 18 Julho

It was Funky time com o Prince. The Soundealers blogue esteve presente num concerto que revolucionou preconceitos, abriu horizontes e forneceu pura diversão em quantidades planetárias.
Em baixo, segue o relato, consciente, que quem não esteve lá, não pode perceber, o porquê de tanto histerismo.
No podium dos melhores concertos desta noite encontra-se também The National, a despertar emoções e coros entusiasmados.
Fraude da noite com os Empire of the Sun.

Stereophonics
A tocar ainda com sol, com um público de braços no ar e aos saltos, bastante numeroso, para esta hora, que vibrou até ao final com Since I told you it´s over.
Não querendo muito falar de logística, o fenónemo Prince, não terá sido bem previsto pela organização, que fez perder, mesmo a quem gosta de chegar no princípio, os concertos que começam as hostes.
Thank you ! Ladies and gentlemen, Mr. Marvin Gaye ! brincou no final, um bem humorado, Kelly Jones. Estava a referir-se à musiquinha do intervalo.


Spoon
Ainda não tinham cortado a musica para entreter e já Britt Daniel arrancava a solo com uma guitarra, o "Mean and the bean". Com uma simpatia e humildade, que fazia apetecer levá-lo para casa.
Já com a banda completa, avançaram com um excelente "Don´t make me a target", com o refrão a ser entoado pelos fãs lá do princípio.
O público não chegou a aderir totalmente a este grupo, cheio de cartas na manga, como o muito festivaleiro e bom "Don´t you Evan". Podia ter sido melhor, mas a culpa não foi de quem estava em cena, que nos deu um show honesto e generoso. Fica para a próxima. Nós é que dizémos, Thank you Spoon !
Já houve quem se adiantou e nos mostra como foi o don´t make me a target ontem, aqui. Vão lá depressa. Obrigada ao fã.



The National
Um ano depois de um grande concerto para três gatos pingados o Sudoeste, The National encontra uma enchente no Super Rock. Com verdadeiros fãs, pelo meio. Um Matt Berninger, autêntico, declara-se grato a esta aclamação. Nós também.
De fato escuro, Mr Berninger, deu-se como só ele se sabe dar, com um generoso e, felizmente, habitual, contacto privilegiado com o público. Uma voz a toda a prova. Uma extrema sensibilidade para as sonoridades que vão sendo distribuídas no palco e muita entrega honesta e pura.
I love you Matt !!
Desculpem o momento groupie, mas tinha que tirar isto do meu sistema.
Momentos altos ? Todos. Músicas velhas, novas, assim assim.
Só para citar, aleatoriamente, o que fez vibrar, um muito cantado pelo público "Fake Empire" e "Apartment Story", um momento de pura pele de galinha com o "About today"
No youtube, já houve quem espalhasse vídeos amadores, ide , eu conto passar assim a minha tarde ! O som não é bom, as imagens são péssimas, mas a essência lá.


Prince
I´m gonna be your DJ tonight
Let´s party !!!!!!!!!!!!!!! Gritámos todos, logo a seguir do som de arranque "Let´s go crazy"
Prince é um nome que promete história, depois de se ver os concertos num ecrã, ficamos com uma ideia que vai haver encenações, algum culto à personalidade, muito groovy e alguma sopa com musiquinhas românticas aqui e ali. Ao vivo, Prince baralha as cartas e tudo o que faz, faz bem, todos os preconceitos caem por terra e mesmo aqueles sons mais à Purple Rain que todos adoram menos eu, transformam-se e adere-se a tudo, TUDO. Mesmo a cantar Hé Portugal 20 vezes, no meio de uma das nossa canções de eleição, Cream. Aderimos. Cantamos o dito hino nacionalista e o pior é que vibramos.
You got the look e 1999. Se eram outras das músicas que marcaram positivamente a nossa personalidade, agora, depois de as ouvir assim tão perto, nunca mais de lá vão sair. Prince, de uma forma ou de outra, contribuiu para o que somos hoje. Está cá dentro, bem mais impregnado do que pensámos, e mesmo que não amemos Deus, amámos seguramente Prince.
Nothing compares to you foi cantada teatralmente em duelo com Shelby J., numa performance onde tudo era estudado e se tocou a perfeição. Pelo menos a perfeição revista por Prince.
Quando me disseram que ía ouvir o fado da Mariquinhas, pensei que estavam a gozar, depois de um cálculo rápido conclui que por causa desta brincadeira não iria ouvir, por exemplo, Alphabet Street. Mas no final (e no meio), uma vez mais, Prince sabia o que estava a fazer. Um dos artistas actuais mais open minded, fez-nos cantar e emocionar com Ana Moura.
I love this country
E nós, que fomos tão habituados tão habituados a piropos neste festival, desta vez, acreditámos, mesmo.
You are so high, it´s better to calm you down
Oh, no ! I´m not going to calm you down. I know what you want
E sabia.
You don´t have to be rich to be my girl, you don´t have to be cruel to rule my world
...
I mais tarde... You don´t have to watch sex in the city to rule my world
yeah ! KISS
Grande final Le freak, c´est chic ! E todos freakámos !!


Empire of the Sun
Estávamos ali, optimistas, depois de um show do Prince, continuávamos expectantes em relação à performance da nova sensação australiana. E até lá estava muita coisa, adereços dos clips, atmosfera galática e muito trabalhada, 4 dançarinas com fatos diferentes para cada faixa, um Luke Steele que até veio abraçar o público e tudo, na área VIP, é certo, mas desceu.
Mas ... não convenceram, pelo menos para quem até gostava do som do estúdio e pensava nums MGMT com mais atitude em palco.
Os Empire of the Sun, optaram por dar uma comédia musical, em vez de um concerto honesto.
Falhou o carisma, a música não esteve à altura, com um grande abuso do sintetizador e um segundo guitarrista que parecia um adorno decorativo. Um pedestral no meio, que pouco mais tinha que um botão de ON e OFF para dar a maior parte do som.
E depois deste live acabei por ficar com a dúvida cruel, de que não precisava. O grupo que fez o altamente recomendável Walking on a dream, do final, é composto por músicos ou é só um produto de marketing a explorar o mais recente filão de ouro da Synthpop-rock ?


Laurent Garnier
Mon DJ chéri, Merci beaucoup, gritamos nós.
Tive tempo para saltar ao som do clássico The men with the red face. Com o DJ que incendiou o palco do clubbing. Com os seus fiéis amigos ao saxofone e à trompette. Houve mais música real, nesta tenda supostamente do tuch tum, do que no palco grande há pouco.
Last night a DJ saved my life, de perder tempo nas filas para sair do parking. Dance, dance, dance, até ao finalzinho !

Mlle_Carla, daqui a pouco vídeos clandestinos e caseiro, voltem mais tarde. Voltem sempre.

sábado, 17 de julho de 2010

16º Super Rock 17 Julho

Hot Chip ! Hot Chip ! Hot Chip !
Vampire Weekend, África, dança e Ska.
Podia ir embora feliz, mas ainda houve um Julian Casablancas cool, mesmo se a faltar qualquer coisa, uma Holly Miranda quase sagrada e um Patrick Watson por quem se ficou a chorar por mais...
A história do crescendo :

Sweet Billy Pilgrim
Uma sonoridade original, leva-nos em peregrinação, pela mão de Tim Elsenburg, armado de uma guitarra.
Doce e calma, por vezes com estranhas opções a 7 tempos ... Melódica, nada pop, dificilmente dançável. Irão sobreviver num festival de Verão ? ... Alguém que lhes sussure a fórmula secreta.
Alistair Hamer, na bateria, jubila com o ambiente  "Nos UK é muito raro um festival, assim, no meio das árvores".
Desfilam Kalypso, Stars Spil out of cups e here will it end, com um extra, um banjo, nas mãos de Anthony Bishop, que domina normalmente o baixo.
E para final, oferecem-nos um Truth only smiles com arranjos rock, 4 tempos, fácil de se gostar. Tudo está bem quando acaba bem.


Tiago Bettencourt
O que dizer ... passagem rápida pelo palco "dos grandes (?)" guiada por uma curiosidade mórbida. Confirmo que não se melhora ao vivo. Olho ao lado em busca da originalidade portuguesa... onde estão os Pop Dell´Arte ?
É só a mim que a voz parece a do Palma ? Que noto uma atitude como a de uma estrela de rock consagrada há 20 anos e um som que, salvo algumas excepções, já se ouviu noutros lados ?


A correr rapidamente daqui para fora, para não perder pitada

Holly Miranda
Quer nos apresente sons do antigo grupo The Jealous Girlfriends, quer do seu novo album The Magician´s Private Library,quer do antigo, ou ainda covers, como foi o caso de " I´d rather go blind" de Etta James, "Nobody sees me like you do" de Yoko Ono (aqui com  referência a um cristal transparente que colocou  ao pé dela), nós ficamos sempre a ganhar.
Entre o espanto do bom acolhimento do público "You guys are so kind" e risinhos timidos, Holly Miranda, deslumbrou com uma voz smoky e poderosa, melhor do que o Youtube tem neste momento, e um som entre um sombrio Waves e os luminosos Sweet dreams e Sleep on fire.


Julian Casablancas
Música do futuro.
Com ou sem Strokes, Julian Casablancas é, sem esforços, o cantor mais cool deste festival, se não da actual cena musical mundial. Quando por curiosidade, desceu a nós para ver o que se passava,porque estava so far away e alguém o agarrou, e não o largava: "Yeah, You got me, you got me" e quando o fã o finalmente deixou seguir com  sua vida "Nice to meet you too".
Como é que se inserem aqui aqueles smiles com sorriso e a piscar o olho ?
Claro que os Strokes são uma urgência, mas enquanto que vêm e não revêm, deixem-nos aproveitar um bocadinho mais. E foi o que fizémos ao som de 11th Dimension, de River of Brakelights, de 4 chords of the Apocalypse e até mesmo da Christmas song, que parece estranha a Julian Casablancas, mas que foi sem dúvida muito delirada apreciada no Meco. Ficámos à espera de encore...
Volta sempre, e podes trazer quem quiseres !


Hot Chip
Hot Chip will break your legs / Snap off your head /Hot Chip will put you down / Under the ground
Eles tinham avisado. Começaram com toda a força que tinham e nós acompanhámos com toda a energia arranjámos. Logo no início, um Boy from School numa versão party animal, seguida pela artilharia mais sofisticada One Pure thought, One night Stand, Warning, Over and Over, desta vez sem se recorrer a técnicas efeitos especiais para viver The Live Gig !
"Sempre a abrir" disse o meu vizinho do lado, sem originalidade, mas coberto de razão.
UUUaaaauuuuu !!!!!!!!!
Hot Chip ! Hot Chip !
We´ve got love
Alexis Taylor de fato branco e t-shirt onde se pode ler YES, com as maracas quando o som o exigia e o público levantava poeira, Joe Godard divertia-se com os beats, Owen Clark não parava quieto e saltava o mais alto que podia, Felix Martin escondia-se, mas nós viamo-lo e o Al Doyle tocava todos os instrumentos que não mexiam e estava em todo o lado.
E mais músicas do novo album, para se acabar em apoteose com um You are all our number one guy 
Do it, do it, do it, do it, do it, do it, do it, do it now.
Say it, say it, say it, say it, say it, say it, say it, say it now.


Patrick Watson
Foi cruel da parte da organização colocar esta banda genial de cabaret pop ao mesmo tempo que os Vampire. Deu para ver um show cortado ao meio pelas pernas que nos puxavam para o palco grande.
Muito bom concerto.
Muito mau não ter assistido a tudo.


Vampire Weekend
Já sabiamos que ía ser assim, certo ? Se já o som gravado certinho num estúdio fechado, já é o que é, só podia dar numa grande festa, muita dança, gargalhadas, bom ambiente, saltinhos ... e pó.
Para quem não conhecia (?) houve instruções para a festa do tema "One" aaaaaaaaaauuuuuuu !
Seguiu-se o Cousins, no final para um fã  "yeah, também queria ser ter primo", depois o A-Punk.
Hei, hei, hei !
Grande êxtase no momento de Holidays, e de Horchata e de ... todo o concerto.
Surpresa, só mesmo a dos Vampire, que já há muito tempo que não vinham cá e não sabiam a mossa que faziam. Claro que não queriamos que fossem embora !!! Despediram-se, mesmo assim, com pena nossa e do adorável nova iorquino Ezra Koening, que ainda nos fez saltar uma última vez ao som de Wallcott



Leftfield
Entre o que se passava no palco grande e na tenda do clubbing com o DJ Ricardo Villalobos a escolha era ser difícil, quem gostava, gostava dos dois, quem não gostava ... ía escrever blogues ... feliz da vida com o que tinha vivido.



Mlle_Carla

16º Super Rock 16 Julho

Concerto fucking awesome dos The Temper Trap, a merecer a menção honrosa por parte desta vossa dealer, bem enquadrados por uns Beach House impecáveis e uma outra dimensão patrocinada pelos Grizzly Bear, acompanhados pela sweet Victoria. Pequeno arrefecimento pela parte dos Cut Copy.
St. Vincent, a banda a acompanhar e nunca mais largar. Mas vamos por partes, que a noite foi longa e prometia.


Godmen
Arrancar um festival, com um público que ainda não está lá, que tem que lutar contra um forte efeito de contra luz, nunca será fácil, mas estes valentes portugueses, equipados por uma voz inesperada, que se exprimia em todos os registos, com especial incidência para aquele tão especial, que normalmente só se encontra em shows dragqueen, e um público fanático de 5 primos e 8 amigos. Uma bateria, um baixo, um guitarra. Ok, pode ser. Podem ficar, passaram o teste.



Jamie Lidell
Um movimento groovy, de calções e chinelo, abriu com bom ambiente o palco grande. Jamie Lidell, distribui boas sonoridades e vibrações, com a sua band, o keyboardman Jimmy de Nashville e um computador que lhe amparou o jogo numa boa performance de beat box, num momento one man and machine show. Os hits Another Day, do novo album apresentou-nos o Enough is enough, mas foi o Multiply, especialmente dedicado aos street singers da frente, ao público da esquerda, do catinho da direita e de ali de trás, que ajudou o público a dançar, de preferênca à sombra, com um sorriso feel good.


St Vicent
From Brooklin, New York, entrámos fundo num underground luminoso. Não sabiam que existia ? Existe. Num universo paralelo, original, que nos vem lembrar que ainda não está tudo feito e que, com ouvidos bem abertos, anda existem surpresas sonoras que valem a pena serem ouvidas.
A ouvir muito depressa e em silêncio Actor out of work, The strangers, Help me e Now, now.
I love St. Vincent
Thank you very much
Obrigado very much, já dizia a excelente Annie Clark. Voz e talento a seguir.


Mayer Hawthorne
Maybe so, maybe no, maybe ... ainda só estavam os mesmos que tinham sido embalados por Jamie Lidell, a maioria nunca tinha ouvido Mayer Hawthorne, mas mesmo assim, ele arrisca um microfone para o público à espera da resposta ao refrão. Resposta que, evidentemente, não veio, mesmo se a boa vontade estava lá, Mayer sabia que ía ser assim, mas arriscou, um risco controlado e num second degree muito apreciado para quem tem sentido de humor ou já conhece os videoclips com mensagem de I´m a looser, baby. E mais a história de alguém que lhe pediu um autógrafo e depois perguntou "You´re Vince Vaugh, right?". Fatinho gingão branco de risquinhas azulinhas bébé, Mayer marca pontos com voz de gente grande, num segmento onde os cantores são levados à séria. Um Sinatra com auto derisão, que já privou com Snoop Doggy Dog e de onde saíu Gangsta love. Tivémos ainda direito a uma viagem a Motown, com o A strange arragement. E para os single people, uma palavrinha de (des)encorajamento Just ain´t gonna work out.
Alguém que suba ao palco para lhe dar um beijinho !


Beach House
O festival à séria começa agora, com verdadeiros fãs, verdadeira... bom, não vou dizer verdadeira música, porque essa já tinha por aqui passado, mas que ficava aqui bem, ficava.
Victoria Legrand, aclamada "Victoria, you´re my light", por um fã mais entusiasta, dominou ao centro, o teclado e assegurou com a voz que se conhece e a cabeleira que enlouquece. O público já vinha rendido de casa e do alto do pedestal, os Beach House fizeram desfilar os êxitos esperados, de um dream rock indie pop do melhor se faz por aí, Use to be, Silver Soul, Zebra e o mais recente Norway. Anedotas de Céline Dion à parte You know you're gold, you don't gotta worry none / Oasis child, born and so wild / Don't I know you better than the rest / All deception, all deception from you, os Beach House estiveram num estado de graça e fizéram-nos saber, com uns "You´re a very atractive audience, I don´t want to sound groupie" do Alex Scally ou um "We don´t know each other, but we will always have each other" da dita Victoria.
We are very lucky to be here ...
E para finalizar I'd take care of you if you'd ask me to / In a year or two / I'll take care of you, take care of you, that's true...


Cut Copy
Demasiada guitarra, para um grupo que tinha conquistado o mundo com sintetizadores ... Expectativas demasiado em alta ? É possível... E eu que queria tanto dançar loucamente ao som de Hearts on fire ou de Far away. E dancei... mas fiquei a suspirar por uma influênca mais marcada dos New Order. O público reagiu bem,a mim faltou-me o shhh e fiquei com um gosto ácido a Ibiza ao ver aquela massa dançante toda.


The Temper Trap
Dougy Mandagi tem a voz estranhamente certa, uma presença contagiosamente easy going e eléctrica, sabe que martelar um tambor à frente do palco, pode levar ao delírio, saltar para perto do público e mergulhar nele é bastante apreciado e que com o Sweet disposition pode ir longe.
Concerto de festival, braços no ar, gritos ensurdecedores das espanholas que me calharam na rifa, tudo a saltar.
Grande live deal ! Há fotos e descrições, há. Mas deviam ter estado lá !
A moment, a love / a dream, a laugh / a kiss, a cry / our rights, our wrongs / a moment, a love / a dream, a laugh / a moment, a love / a dream, a laugh


Grizzly Bear
Brooklin strikes back ! Concerto sem falhas, a dar-nos o que queriamos. Pela segunda vez neste ano, os GB, entraram sossegadinhos e explicaram-nos por A+B porque é que gostamos do estranho ambiente psicadélico em que nos mergulham. Edward Droste, apresenta-nos a sua convidada, não tão surpresa assim, Victoria Legrand, que vem dar uma nova cor a este momento com tuas canções escolhidas a dedo, Two weeks e Slow Life, com a sua realmente grande e hipnotizante voz. Foi curto, foi a meio, mas a partir daí o concerto ganhou uma nova força. E se rendidos estávamos, mais rendidos ficámos. Fica para a história, este concerto, como o concerto da bandeira branca.

Keane
Pareceu bom, pareceu fácil, muito amor à mistura, mas não houve tempo para tudo. Ouvi dizer que os casais presentes e entendidos na coisa, beijaram-se com a língua.


Pet Shop Boys
Não era fã, não fiquei. E o que eu me pelo, por uma boa teclada... Pois que havia blocos com imagens que mexiam, um drive in para quem assim o entendesse. Cubos nas cabeças. Chris Lowe andava a passear pelo palco, Go West e tal... Não é por acaso, que a melhor parte foi emprestada do Elvis, que estará always on my mind.

Mlle_Carla

sábado, 10 de julho de 2010

ALIVE 10 ! 9 Julho

Holy Gosth
Vieram para nos confirmar que mesmo com pouca virtousidade, pode-se fazer música audível. Três acordes na guitarra, quatro teclas no teclado e temos um som simpático para beber um aperitivo. Nice, nice !

Maccabees
Grande revelação neste ALIVE, uma banda a seguir de perto, com a voz exceptional de Orlando Weeks, um som original e muita vontade para dançar. Claramente ficaram surpresos pela participação do público. Houve muito First Love, foi um Precious Time e felizmente houve No Kind Words. Bom concerto. grande festa.

E depois foi a força de grandes vozes femininas que nos fizéram tirar definitivamente os pés do chão primeiro a super sexy Ty, dos New Young Pony Club, seguida pela muito poderosa Beth Ditto e, mais longe, a Skin dos Skunk Anasie.

New Young Pony Club
Mesmo com um teclado que teimava a colaborar, este concerto foi o ponto alto da noite. Num grande salto fomos a London City, celebrar o melhor que o post punk nos tem para oferecer, guiados por uma eléctrica Ty dressed to impress, equipada com uma presença de palco e uma voz que energizou fãs e virgenzinhos nestas andanças. Se esta vossa dealer já estava rendida, esta 2ª actuação em Portugal só veio confirmar que com este som em mente, a vida fica muito mais divertida e cheia de cor. Yeah !

Gossip
Aqui o pequeno recinto, ficou minúsculo. Havia pelo menos 4 vezes mais pessoas a querer estar perto deste fenónemo do que as que poderam. E nem sequer estou a falar da dezena de sortudos que realmente foram convidados a subir no palco para cantar "Heavy Cross" e abraçar e beijar a lovely Miss Ditto.
Concerto explosivo, com total rendição do público. Beth Ditto a dominar a histeria colectiva, com a voz que toda a gente já conhecia dos estúdios e quase ainda melhor ao vivo.
Alguns excertos de Talking Heads, Tina Turner, Daft Punk e Whitney Huston e poderiam fazer o que quisessem mais, pois, o público, rendido, já estava convencido. Passou-se um grande momento.
Deviam ter estado lá.

Jet
No palco grande, foi interessante ouvir rock made in Australia a tocar "Are you gonna be my girl" que serviu de campanha publicitária a um certo operador móvel num palco patrocinado por outro operador móvel... *

Skunk Anasie
Skin está em todo o lado, temos direito a um muito bom encore com o obrgatório "Hedonism" e muitos shut the fuck up ! provocadores e ao mesmo tempo simpáticos (Smile)


Mlle_Carla * Para quando um festival com menos publicidade ???

sexta-feira, 9 de julho de 2010

ALIVE 10 ! (8 Julho) Primeiras reacções

No primeiro dia do ALIVE não há vontade de sair da sombra da cena do palco lá do fundo, patrocinado por uma cerveja qualquer, e nem sequer tem nada a ver com muito sol ou com a sede. As razões são mesmo décibílicas.
É aqui que o festival acontece para este post.

The Drums
Directamente de Brooklyn, USA os The Drums encontraram um público a participar aos altos e baixos, com um grande momento no final dedicado à faixa Summertime. O preto e vermelho de Jonathan Pierce lembra-nos que não é só com a música que nos levam aos gloriosos anos dos Smiths, numa versão happy. Podem voltar sempre que quiserem.

Devendra Banhart
Com introduções a lembrar Bob Dylan, concerto simpático com melodias suaves a embalar no início, mas a agitar com moderação quando se vai buscar sons ao album Charles C. Leary ou o divertido Lover. Final com direito a uma interação especial com o público da frente ao bom som de I feel just like a child. Para quem esteve por trás das barraquinhas de hotdogs houve direito a sessão de autógrafos e abraços.

Florence and the Machine
Atrás da bateria o nome escrito branco no preto, gaiolas, mulher enérgica de branco, cabelo vermelho, luzes azuis e, depois da oferta do público, coroa de flores na cabeça. Boa e aguda voz ao vivo. Boa interação, Florence faz de maestrina e o público reage, Florence diz para saltar, o público salta, "Raise your ends", bom... vocês percebem o ambiente. Bom live deal, sem batota. Grande momento no Dogs days are over. A Florence é uma máquina !

The XX post com muitos "excelentes" e pontos de exclamação nas entrelinhas
Percebeu-se finalmente porque é que se chamam X. Duas vezes X. Durante todo o concerto e só para quem esteve atento, os The XX fizeram sexo tântrico com o público. Longe da sensualidade animal de um Mick Jagger, os The XX conhecem também o ponto G de quem leva os ouvidos para este tipo de experiências. Se até aqui teci elogios à voz dela, ontem foi ele que esteve em todo o lado e não tão certinho como estava à espera. Muito, muito, muito Bom. Bons arranjos, excelente, e já estou a contar com alguns problemas técnicos que podiam muito bem nem ser aqui referidos.
Momento alto deste concerto ? Começou a meados do ano passado e está para durar.
Este texto devia ter sido todo escrito em maiúsculas e a negrito.
Sem medo da repetição os The XX estão a revolucionar a música, com a introdução da perfeição.

La Roux
Cenário de banda desenhada, cabelo de Tintin, capa de batman, roupa de Spirou. O estilo não é tudo neste espectáculo, as boas sonoridades estiveram presentes, o estaminé transformou-se numa muito boa festa. A voz nem sempre esteve à altura, but ... who cares ? E ainda por cima começou com Tiger Lilly, a conquista fez-se logo no primeiro capítulo.

Biffy Clyro
E saltos e guitarras e bateria por todo o lado e tatuagens, claro, muitas e más. E o vizinho do lado que não se cala aos gritos "É um grande abuso!" e braço no ar mãozinha com os dedos do demo, isto é sempre mau sinal. Quer normalmente dizer que a vossa dealer tem que sair dali o mais depressa possível. Sobre a música não posso falar, que disto não percebo nada...

Faith no More
Esta dealer gosta dos hits e pouco mais, como não esteve lá para os ouvir... e teve pena da sua falta de ominipresença, só teve a "sorte" de ouvir o sempre grande e genial Mike Patton a cantar "português" o que é sempre interessante, até porque, de repente fica com voz de Eros Ramazotti. Mas isto sou só eu a dizer mal de uma banda que até vou admirando. Mas, não deu para tudo ...

E hoje há mais !

Mlle_Carla

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Reacendimento!

Há alturas de vida que se compadecem com a música que ouvimos, parece que encaixam na perfeição… Ou então a busca dessas músicas faz-se uma vontade que nos é intrínseca, mas ao mesmo tempo inconsciente. Aconteceu-me isso com ao single - grandioso e tão aguardado!! - do novo registo de estúdio dos Árcade Fire. Confesso que quando pela primeira vez o novo trabalho  – single cujo nome não me recordo – não me soou ao colectivo canadiano e a paixão não foi imediata. Mas quando tropecei na canção que fala em ‘começar de novo’, tudo parecia fazer sentido… O poder da música, a majestosidade - a que tão deliciosamente nos têm habituado - o ritmo crescente e a letra sobre sentimentos grandes… Está tudo lá! A avaliar por ‘Ready to Start’ o regresso de uma das melhores e mais notáveis bandas da actualidade, faz-se de qualidade assinalável. Ansiosamente, aguardamos o lançamento de ‘The Suburbs’ a 2 de Agosto!



Leo