No Point Ephemère no meio de um nevoeiro constante, pouca luz e efeitos hipnóticos não conformes às regras de segurança europeias, o concerto começou ao som forte de uma batida de coração de Argyria, de uma dança introspectivo-contorcionista que nos levaria a todo o lado, neste caso a alguns centimetros do chão em franca levitação. Não se brinca em serviço por estes lados. O Marching Song segue e persegue-nos, com o tique que mata, um tambor à frente, bem central, que é martelado e massacrado com dignidade (fórmula que já vimos funcionar com os The XX, Lykke Li e quem mais? estou-me a esquecer de alguém de certeza, que esta astúcia marca espíritos e foi utilizada com sucesso para grande alegria de, pelo menos dois, dos meus sentidos vitais). O guitarrista Daniel Copeman, que antes estava a vender o merchandising e a trocar impressões honestas com quem por lá passasse, também se prestou ao espectáculo visual com movimentos violentos mas ritmados, alternando guitarra e tambor. Consta que o baterista Thomas Fisher também lá estava, mas o espesso nevoeiro não me permitiu vê-lo, creio, no entanto, ter visto uma cabeça de vidro e alguns fantasmas visivelmente satisfeitos por participarem nesta experiência fora do vulgar e envolvente, que fez juz ao som que ja conheciamos em casa.
Enfeitiçada ou não, declaro-me rendida.
Um concerto a fazer com moderação, com riscos sérios de prejudicar a saúde mental.
Descubram o Marching Song e depois venham-me aqui dizer como é que acaba, que me entra sempre um cisco no olho e não consigo ver o final.
Se não tiverem medo de nada, entrem aqui em baixo, a porta está aberta, só não percebi ainda como é que se faz para sair. Mas uma coisa de cada vez :
http://www.myspace.com/esbenandthewitch
Mlle_Carla, a olhar para tras a ver se não esta a ser perseguida (mas fora isso esta tudo bem)
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