São tão bem dispostos, coloridos, animados, inteligentemente infantis e originais, em todos os vídeos nos surpreendem, (devem ser dos vídeos mais partilhados lá em casa com as crianças), que conto tentar não ir a um concerto deles. É que, das duas uma, ou levam a parafernália de adereços, cães, fatos, cores, carros e carrinhos, passadeiras rolantes e sei lá mais o quê que eu não esteja à espera ou têm de me devolver o dinheiro do bilhete.
Mais um:
Estes sim, podem fazer o mundo girar. Fui atrás do que tinha que ser, segui sem resistências o "Who's gonna love you now?", mais preocupada com a pergunta do que com a resposta. Confundi-me ali um bocadinho com o hino dos Arcade Fire, mas uma vez despistada esta falsa pista, um novo som se impõe e torna omnipresente. Agora estamos prontos para um mergulho num largo"The Sea", para dizer "Goodnight London" com imagens retro de Conney Island do outro lado do Oceano. Confuso, mas altamente recompensador. Ide por mim. E ide bem. Nunca gostei tanto de dinheiro como agora.
Uma das boas razões que nos levam a assistir a concertos de pequenos grupos geniais é a secreta esperança que um dia virem monstros e que possamos dizer "Eu não te tinha dito?" A próxima grande avalanche começou na Califórnia, apetece cantar na rua sem medo de segundos olhares e é um bom investimento quente e sem nuvens para um Inverno que tarda a chegar - eles vão saber tomar conta de nós. E porque desta vez não existe nenhuma boa razão para evitar o inevitável, deixo-vos com o Pumped up kids. Tinha que ser, por isso foi.
Ao contrário do que estava previsto o concerto que se revelou o melhor deal do dia não foi o dos Strokes, mas sim os dos The Vaccines, no palco pequeno e com meia multidão de eleitos que não sucombiram ao charme do melhor lugar para ouvir a banda de Julian Casablancas. Não vai haver detalhes para ninguém, este post é um post de bonus fotografico e de videos. Não têm nada que agradecer, é para isso mesmo que aqui estamos. JUNIP
Voltem sempre, da Argentina ou da Suécia ou de onde quiserem, mas voltem.
Ian Brown
The Vaccines
What I expected from the Vaccines was what I get : Excelente som, comunicação q.b. músicas tão poderosas como os auscultadores me tinham prometido, audiência pouca mas boa - o céu do Meco.
Mais dia menos dia isto ía acontecer, metade da população nómada do Super Rock perdeu a voz, mas ganhou coragem para viver melhor no ciclone Arcade Fire. Estávamos todos à espera deste concerto, uns desde que nasceram, outros desde que alguém decidiu que a cimeira da nato era mais importante e outros desde as 17 horas da tarde. Todas as esperas foram justificadas, Arcade Fire e o público conseguiram ir mais longe e mais alto do que as mais altas expectativas da NASA. Tudo valeu a pena, o pó, as filas intermináveis porque lhe pareceram bem à gnr, a persistência e mesmo a canja cor de rosa fushía dos The Gift. Tudo.
Arcade Fire
Descrição em construção
Ontem foi (também) assim no Meco :
Portishead
Descrição em construção
Maratona Lusa : Um som original com recurso a objectos improváveis, que se deixa gostar de Noiserv, um Rodrigo Leão que se queria mais autêntico e um alinhamento que não lembra a ninguém dos The Gift
Por causa das filas infindáveis para chegar ao local mais desejado desta semana, o itinerário desta vossa dealer começou com as guitarras e a juventude estranhamente calma do grupo vintage Tame Impala.
Há bandas assim, que nos agradam nos auscultadores, que até nos fazem correr para os ouvir tocar os sons preferidos, mas que nos deixam a desejar algo mais ao vivo, mais creatividade e espontâniedade. A banda australiana no público lembram-nos que vêm de longe e que até são bons rapazes. Se é assim, então está bem.
The Kooks
Beirut
Não sou monárquica e ne me parece que me passará pela cabeça algum dia propor uma revolução nesse sentido, mas assim de repente passou-me pela cabeça que se Zach Efron se sentasse no trono lusitano seria imediatamente proclamado rei de Portugal tal não é a exaltação unânime que sempre presencio nas suas actuações por estas bandas. Desta vez foi um verdadeiro mar de 60 mil braços e coros afinados, uns mais do que outros, que só não se ajoelhou porque não havia espaço à frente. Gosto do som que vem do leste e da simpatia deste grupo, tenho algumas músicas que nunca saiem do meus auscultador, mas confesso que não foi desta que vi o concerto até ao fim, depois do irresistível "Nantes" e do novo relato da noite que passou com uma prostituta em Marselha dei por mim aos saltinhos mortinha para não perder pitada de Lykke Li.
Lykke Li
A inventiva Lykke Li não desiludiu, num concerto dramático, mais dançante, mas menos violento do que o do ano passado no Sudoeste, Lykke provou mais uma vez que sabe bem o que é agradar e surpreeender - há sempre arranjos diferentes, novas batidas, ritmos frescos, mesmo para o ouvinte mais experimentado nestes sons que vêm do Norte, mas que há vezes se misturam com um som quente que vem do centro do mundo.
O final não correu como eu estava à espera, uma saida algo abrupta deixava antever um regresso ao palco, faltava o Break it up, bolas. Mas assim que os músicos sairam de cena metade da plateia correu para o concerto dos Artic Monkeys que já estava a fazer saltar muito boa gente. Fiquei com um gosto estranho na boca, queria mais, claro. Para a próxima perguntem-me como é que se faz, estas manias de entrar e sair funcionam na perfeição se a outra banda é fraca ou nem sequer ainda começou, agora com a cabeça de cartaz em simultâneo fica mais difícil. Mas eu teria ficado, eu e mais os teus fãs à séria, Lykke. Volta !
Encores falhados ou imaginados à parte, ontem foi assim :
Artic Monkeys
O excelente som deste festival deixou os Artic confirmarem que têm um som que funciona muito bem, diria mesmo melhor ao vivo. Tivémos direito a um encore e acredito que ainda haja quem lá esteja a pedir só mais uma.
Frendly Fires provaram que tretas como ai a hora é má e ainda está sol e é muito cedo e o público isto e aquilo valem exactamente por aquilo que são : tretas de desculpas. Frendly Fires incendiou amigável mas selvaticamente o palco, toda a cena e todo o festival que anda a precisar de excitação, entrega, boa música e loucura em doses generosas. O espectáculo foi muito parecido ao do ano passado no Sudoeste, com mais efeitos e um Ed com menos curvas, a dançar assim também eu. As músicas seguem-se quase sem interrupção, sempre a subir higher, higher, o público adere em peso, há sorrisos em todos os rostos estamos todos felizes de estarmos aqui e aproveitamos para dançar com Ed Macfarlane que mais uma vez junta-se a nós numa dança frenética e festejamos, vivemos e fomos felizes para sempre. Kiss of Live.
Julia & Angus Stone, assim como Fleet Foxes já nos tinham conquistado nos nossos auscultadores e se chegámos perto do palco foi para admirar, ver e ouvir como é que aqueles sons nos conseguem transportar para mesmo muito longe, assim ao vivo e sem rede. Já gostávamos, continuamos a gostar e agora esperamos que regressem, mas desta vez sem a interferência dos sons que teimam a chegar da tenda do lado. "You guys are super sweet" Sabem ? Não é a primeira vez que me dizem isto...
Pronto e tudo até estava a correr bem e até estava bastante satisfeita da minha vida quando um vulcão rebentou, havia lava por todo lado e a promessa de solos férteis estava implícita, Nick Cave renascido do já mais do que poderoso antigo Nick Cave entrou em palco e se de antes já não deixava pedra sobre pedra, agora com The Grinderman nem sei como é que não foi ainda proibido de tão demolidor, erótico, revolucionário e muitos mais adjectivos excessivos que empaledecem à frente do concerto mortal de ontem à noite. Não sei como é que é possível ter ali mesmo à mão o mito vivo que nos vem tocar e cantar nos olhos com uma voz que vem de de um passado muito longe mas com a sonoridade do futuro. O concerto do ano, sei que 2011 está a ser um grande ano, que vai ser muito melhor daqui a uma semana, mas um Nick Cave melhor do que um Nick Cave não pode ser superado. E o público foi realmente fucking awesome o palco foi toda a tenda e bem merecemos um encore, que há experiências que não deviam acabar nunca.
Isto vai parecer muito estranho mas, 4 horas de sono depois, o que me faz sorrir não foram as bandas que tinha sublinhado no cartaz e que me levaram ontem a Algés, o que mudou o rumo da minha noite passada foi alguém que nunca tinha visto mais novo, nem ouvido mais tocante. Seasick Steve veio mesmo do Mississippi, não é preciso confirmar no Google, todos os clichés estão lá, barba longa, sotaque, tatuagens, guitarras personalizadas feitas à mão a partir de caixas de tabaco, outras com três cordas, outra ainda com uma corda, outras que nem guitarras chegam a ser e uma voz daqueles senhores entusiastas que nos lembram que o fim está próximo, mas desta vez com outros discursos. O som que dominava a tenda mais supostamente alternativa e muitas vezes empolgante deste festival não foi o que se esperava, foi um blues-rock and roll-folk e sei lá o que mais. Eu gosto do Steve. Dos seus conselhos para não irmos para o Oeste, quando queremos ir para Sul, para não sussurrarmos, quando o que queremos é gritAAAAR, da sua triste história de infância, do seu avô açoriano que nunca conheceu, dos seus olhos enquanto cantava à rapariga escolhida na plateia uma canção de amor, da sua energia, do seu som original e sincero. Hurray !
E depois vieram os Primal Scream.
E vieram com o Screamadelica que tantos dissabores me trouxeram com os vizinhos nos anos 90, pelos vistos parecia que a isolação sonora do meu quarto tinha umas arestas a limar. Detalhes, comparado por tudo o que fizeram por mim numa época tão difícil da existência, a adolescência. A Bobby Gillespie, à organização deste festival, à minha mãe e ao mundo um muito obrigada por esta viagem nostalgica, que às vezes também é preciso. I'm yours, you're mine. Aproveito por pedir desculpa a todos e todas que pisei no "Come together", não sei o que me deu, normalmente sou muito mais razoável do que isto. Desculpem.
Qualquer dia volto aqui para vos falar dos simpáticos Everything Everything de Manchester a quem daria a dica de darem mais atenção e força ao sintetizador, mas a mim nunca niguém me pergunta nada ..."Photoshop Handsome" foi giro, que foi. Também virei falar da grande festa de dança e comunhão que nos proporcionou Kele. Thanks, thanks, thanks. E do estranho, mas bom que foi cantar Paixão com Os Golpes e o Rui Pragal da Cunha. E do bem louco que nos pode fazer os Foo Fighters em momentos de raiva, que, como helás nem tenho tantos assim acompanhei apenas até meio que outras obrigações me esperavam noutros sítios e no dia a seguir.
Ontem o itinerário passou obrigatoriamente por Anna Calvi e These New Puritans. Esperem, consigo fazer melhor. O itinerário passou obrigatoriamente pela revelação do ano, muito melhor ao vivo do que sem cores, Anna Calvi e os surpreendentes e frescos e revigorantes e, opá, os mesmo muito bons These New Puritans.
Os lábios ardentes de Anna Calvi, criatura improvável nascida de uma hipotética noite ardente entre Patti Smith e Jeff Buckley, que segundo consta nem sequer existiu* superou a onda que eu julgava adivinhar. Estive errada duas vezes : Avalanche, que não houve e nível de levitação que provou não ser fruto de imaginações mais férteis.
O Big Bang deste festival deu-se numa tenda esvaziada por uma Blondie do outro lado do recinto. Não vou fazer comentários. Obrigada. Anna livrou-nos um concerto que veio mudar a ordem das coisas. Se até agora ouvia Jezebel ou Desire como banda sonora de momentos especiais da minha vida, agora vou passar a fazer por ter uma vida especial para justificar este som fora do comum e elevante. Sempre. Anna Calvi esteve perfeita, o som forte que altera batidas de coração não vacilou e a noite subiu acima dos acordes fáceis e insípidos que até agora nos tinham acompanhado.
Agora ? Agora quero a Anna Calvi com a sua Fender na minha sala. Com ou sem a poderosa cover do Elvis "Surrender". Rendição ... nem era preciso pedir.
These New Puritans tocaram para nós, os dealers deste blogue e outros 4 iluminados. Não demasiado longe os Coldplay atiravam confettis e bolas e fogo de artifício e músicas que todos conhecemos sem nunca ter escolhido, num muito mau som e com muita sopa, talvez da boa. Mas sopa, mesmo assim.
Corri para a tenda abandonada de público mas cheia de novidade e talento. Quase perdi a fé na democracia pela segunda vez no espaço de dois meses. Agora These New Puritans são uma espédie de tesouro escondido apenas para previlegiados, o live tem destas coisas, ouve-se nos auscultadores e gosta-se, mas partilha-se momentos secretos e marcam-se muito mais profundamente traços do que essas tatuagens tão na moda.
Mais tarde vou passar por aqui para falar de James Blake, Patrick Wolf e Grouplove, porque valeram a pena e muito provavelmente me vai apetecer.
* As fontes cor-de-rosa deste blogue nem sempre estão actualizadas. Desconfiem.
'Sufjan Stevens, The Most Wanted Man', é o título de um post que está em rascunho neste blog há vários meses e que, pelas mais diversas razões, que não interessam agora para nada, não chegou a passar de um rascunho. Aliás, não há nenhum post sobre Sufjan Stevens neste blog....nem um...e ao perguntar-me porquê, eu não tinha nem resposta, nem justificação para tal. É que, para além do seu trabalho anterior me ser muito querido e de o seu mais recente, brilhante, poderoso, original, profundo e louco 'The Age of Adz', me acompanhar para onde quer que eu vá, eu só sabia que desejava muito estar num concerto dele.
Depois de ter estado no Coliseu dos Recreios,no dia 31 de Maio, acho que entendo agora a razão pela qual eu não podia dizer algo sobre ele antes, pelo menos algo que lhe fosse aplicável ou que lhe fizesse a mínima justiça. É que sei, agora, que afinal eu não sabia nada sobre Sufjan Stevens, nem sobre a música dele, nem sobre o que ele faz, nem o que ele é. Ao ouvir o seu trabalho, as suas músicas por aí, ficamos com uma ideia, mas uma ideia muito, muito leve sobre o que se trata realmente. O que aconteceu ali foi tão belo, tão bom, tão rico, tão genial, tão enorme, que não cabe, nem num post, nem neste blog, nem em lado nenhum e nenhum comentário, por mais grandioso que seja, se lhe vai aplicar. Words are really futile devices, e o que se passou ali só sabe quem lá esteve e tenho a certeza que só pode caber em sítios tão enormes como os corações e as memórias de cada uma das pessoas que com ele viajaram na sua nave tão, tão, mas tão especial. Só consigo, humildemente, dizer: Obrigada, Sufjan.
Aqui estão duas descrições muito boas:Rua de Baixo e Palco Principal Aqui estão alguns (tão difícil escolher) belos momentos:
E pronto, foi uma batalha furiosa, algo ou nada desnecessária, mas temos o Gloss Drop finalmente em mãos, nos olhos e nos ouvidos, onde vocês quiserem - que isto é mesmo assim. Por muito que se goste de gelados, que se gosta, esta não é de longe nem de perto a razão que me leva aqui, hoje, a dizer-vos que pushem the bottom ali em baixo e que digam, se for caso disso, que têm mais de 18 anos para verem o que eu vi. Avancem sem medos. Ou algum (medo) talvez, que nunca fez mal a ninguém e já contribuiu mantas vezes à continuidade da espécie. Ah, e se os adjectivos que qualificam este novo album assim o sugerem ! A saber : totallyinsane (numa só palavra), furioso enraivecido, sexual sem muitas regras à primeira vista. Algo simpático para o fim de semana, portanto. Com o selinho transparente, invisível, mas fundamental dos The Soundealers. Ide, vede e escutaide :
Mlle_Carla, a bloquear na Nr 8 "Sweetie and Shag", nem sei porquê.
Repeat, repeat, repeat e mais uma vez, para ter a certeza.
Não sou nem de Barcelona, nem da Suécia mas gosto muito das duas!
E também gosto de pensar que há sítios para onde podemos ir, nem que seja de vez em quando, só porque queremos, basta colocar uns Headphones e lá, é hoje, e sempre, Primavera!
Há muito mais para ouvir destes amigos para além da música da Optimus. Os Shout Out Louds são (mais) uns óptimos suecos que nos cativam e nos encantam. Estiveram no Santiago Alquimista no dia 8 de Abril e mostraram o que é celebrar a música. São uns sentimentalões e emocionam. Gosto Muito! Fiquem com 'The Comeback', do seu último trabalho 'Work'
e, por motivos de ordem técnica, não tenho um exemplo do que se passou lá, que bem podia ser um cover de 'All My Friends' dos LCD SoundSystem. Quem lá esteve sabe bem do que falo.
Este trio chega-nos de Brighton, UK, com inspirações em contos dinamarqueses que falam de bruxedos, andam ultimamente muito bem acompanhados (The XX e Deerhunter) e dão-nos forte e feio com uma música sombria e com vocação de magia negra. Post-rock e post-punk são etiquetas que podem nos vir à cabeça. Tenham muito cuidado com a voz de Rachel Davies, mais os seus gritos violetas, não me parece evidente quais são as suas reais intenções... da parte que me toca, teria reticências em acompanhá-la num passeio nocturno numa floresta, mas no youtube ainda me vai parecendo bem, quanto aos auscultadores, não tive escolha, abri os olhos tarde de mais e volta e meia lá está ela. Não me estou a queixar.
No Point Ephemère no meio de um nevoeiro constante, pouca luz e efeitos hipnóticos não conformes às regras de segurança europeias, o concerto começou ao som forte de uma batida de coração de Argyria, de uma dança introspectivo-contorcionista que nos levaria a todo o lado, neste caso a alguns centimetros do chão em franca levitação. Não se brinca em serviço por estes lados. O Marching Song segue e persegue-nos, com o tique que mata, um tambor à frente, bem central, que é martelado e massacrado com dignidade (fórmula que já vimos funcionar com os The XX, Lykke Li e quem mais? estou-me a esquecer de alguém de certeza, que esta astúcia marca espíritos e foi utilizada com sucesso para grande alegria de, pelo menos dois, dos meus sentidos vitais). O guitarrista Daniel Copeman, que antes estava a vender o merchandising e a trocar impressões honestas com quem por lá passasse, também se prestou ao espectáculo visual com movimentos violentos mas ritmados, alternando guitarra e tambor. Consta que o baterista Thomas Fisher também lá estava, mas o espesso nevoeiro não me permitiu vê-lo, creio, no entanto, ter visto uma cabeça de vidro e alguns fantasmas visivelmente satisfeitos por participarem nesta experiência fora do vulgar e envolvente, que fez juz ao som que ja conheciamos em casa.
Enfeitiçada ou não, declaro-me rendida.
Um concerto a fazer com moderação, com riscos sérios de prejudicar a saúde mental.
Descubram o Marching Song e depois venham-me aqui dizer como é que acaba, que me entra sempre um cisco no olho e não consigo ver o final.
Se não tiverem medo de nada, entrem aqui em baixo, a porta está aberta, só não percebi ainda como é que se faz para sair. Mas uma coisa de cada vez :
Chama-se Ramesh Srivastava, e pelo nome é ? americano claro, não se percebe logo? Mas também é desajeitado, desengonçado e descoordenado, com braços e pernas a sobrar em movimentos out of the sound, que nada parecem ter a ver com o que ele e a sua banda, Voxtrot, tocam. Foi isso que eu vi no SBeS de 2009. Ele quer lá saber! Eu também quero lá saber! Desde aí, andei mais viciada no trabalho deles. Entretanto os Voxtrot acabaram, mas a sua música ficou. E ele, o Ramesh, está de volta, a solo, num registo muito Voxtrot à mesma, mas quero lá saber, ainda bem!
Eu também não sabia, até ter estado ao seu lado num concerto e alguém me sussurrar ao ouvido: 'Sabes quem é? É um miúdo que tem um projecto muito bom.' Isto foi há cerca de um ano. O seu projecto existe desde 2005?????
Eu não sabia quem era, mas devia. Não sabíamos quem é, mas devíamos! Devíamos saber que é português e que em Portugal nascem, crescem, vivem projectos musicais originais, ímpares e de qualidade, muito pouco divulgados é certo, mas excelentes.
Tenho de deixar aqui 2 clips: o cover de 'Where is My Mind' dos Pixies
e este 'Mr.Carousel'. (Para mim, tanto a música como o clip são Naífs de bons!)
Saibam também que gravou vários originais para a banda sonora de 'José & Pilar' e saibam mais em www.noiserv.net
Um espectáculo total na tenda de circo Big Apple, com direito a muitos palhaços (eu sei do que estou a falar), muita luz, muito som, do bom, do melhor, e muito Rock and Roll. O movimento indie escorregou em força - e literalmente - e apresentou-se, com alarido, no meio do rufar dos tambores e da apresentação algo original da Drag Queen Acid Betty.
Electric Tickle Machine
Começaram as hostilidades da melhor maneira possível, com um rock psicadélico nova iorquês, uma máquina electrizante a lembrar que "You can't tickle yourself".Blew it away é o nome do albúm que reune um som que nos fará querer ter os mesmos "músculos" em balões do senhor da pandeireta (impossível saber como se chama, ou quem é quem - investigação em progresso). Musicalmente falando, parecem disparar em todos os sentidos, levar-nos a todo o lado e, sobretudo, divertir-nos à grande e à americana. Excelente amostra !
Directamente de Brooklyn (aqui é a parte em que toda a gente começa aos gritos, Brooklyn rules!), ainda maior aceleração, mais agressividade e convites ao público para invadirem o palco. Ninguém se fez rogado, também por lá andei, até que começou a haver mais crowd surfing do que crowd, propriamente dito. Retomei ao meu posto de onde vos conto, caros clientes e amigos desabituais, o que vi, ouvi e vivi.
A tenda de circo tremeu e transformou-se num gigantesco bar de subúrbios, sem controlo e com as primeiras advertências dos excelentíssimos senhores da segurança, que não estavam lá para brincar. Insubordinações à parte, é um grupo a seguir com um bom som a adoptar.
Finalmente alguém sensato desce daqueles escorregas lá do fundo e acalma a cena circense que domina este festival. Claro que os gritos amorosos do vocalista dos Japanther "I love you Scott !!" que está na plateia ao lado desta vossa dealer, que tudo faz para vos apresentar um trabalho honesto e suado, não ajudam, mas o grupo farmacêutico (mau trocadilho, desculpem...) em baixo é profissional e não se deixa levar por provocações. A musica segue e nós agradecemos. Não sabia que se podia surgar em Seattle... Com os The Pharmacy é garantido.
Biograficamente falando, a historia dos The Pharmacy começou em 2000, na escola, com um som punk barulhento e as duas vozes deste concerto, a do guitarrista Scottie Yoder e a do baterista Brendhan Bowers. Neste concerto Stefan Rubicz assegurava no teclado e Ryan Thompson no baixo e tivémos direito (thanks ! thanks!) de um bocado de cada album (do ultimo Weekend, mas também dos Choose your on adventure e B.F.F.)
Um efeito vocal fora de série. Um som incrível, algures entre um very british rock e um ar de afro-funky motown sound, lembram-nos porque é que Los Angeles não são apenas sol e bronze.
Japanther
Pois, não faço ideia se são bons ou não em palco, ou para que é que servem os telefones amarelos no lugar dos microfones. Brooklyn ataca novamente e desta vez em grande força, em força demolida, orquestrada por Ian Vanek e Matt Reilly.
A plateia estava enlouquecida, o palco já não era invadido, pela simples razão que já nem havia palco. Vi palhaços andavam a fazer crowdsurfing, o baterista começou a desfazer a bateria, porque assim não havia condições. Estava visivelmente revoltado, não com os fãs, mas com os seguranças - Ele queria rock and roll, ele queria circus. Ele queria ser Wild, man !
O pouco que me foi dado a ouvir (3 músicas ...) foi prometedor. Tenho que confessar, que ando a pesquisar tudo o que mexe, que esta banda de Brooklyn parece-me uma mina de ouro.
Tenho a dizer que às tantas, enquanto íamos sendo evacuados, no meio daquela confusão toda, com pernas a serem arrastadas pelos seguranças e gritos de protesto, já não sabia muito bem ao que tinha vindo se a um concerto de rock, se ao circo, se ao wrestling.
Não me queixo, é NYC.
Acho...
Atenção : No myspace os Japanther têm agendados dois shows para Portugal, 19 de Janeiro no Café au Lait (Porto) e no dia a seguir no ZDB em LX. Depois não digam que não foram avisados.
Se não vais em cantigas, clica no til e começa hoje a mudar o mundo :
Mademoiselle_Carla
Uma mademoiselle, não muito singela mas que fala francês, que decripta e descodifica as mensagens sonoras que lhe são enviadas por Frequency Modulation ou em pára-quedas. Tudo será dito, muito pouco será censurado. Esperem o pior e o melhor, mas sobretudo não esperem muito.
Indie_Ana
Mulher, música, melodia, mensagem: a mesma de sempre, em mudança todos os dias. Ouvir, absorver, sentir, partilhar. Ouvir de novo o que se gosta em auto-reverse.
Noguchi Yuken
Tradição e vanguardismo numa pessoa controversa e emocionalmente instável. Ingredientes fundamentais quando se fala sobre música.
O Homem:
Indvíduo assombrado por uma dualidade dissonante, faz parte da aristocracia japonesa e não gosta de kimonos, vive a sua vida de forma austera e orientada para um ideal de beleza livre e inexistente, que se revê na sua escrita e a que dá o nome de ensaísmo utópico.
A Obra:
*a preenxer*
Leo
O coração acelera, à medida que o ritmo da canção nos pega nos sentimentos e os conduz corpo fora... Ao coração respondem os instrumentos e a música faz-se assim: de uma instantaneidade que apetece mais e mais...