Este trio chega-nos de Brighton, UK, com inspirações em contos dinamarqueses que falam de bruxedos, andam ultimamente muito bem acompanhados (The XX e Deerhunter) e dão-nos forte e feio com uma música sombria e com vocação de magia negra. Post-rock e post-punk são etiquetas que podem nos vir à cabeça. Tenham muito cuidado com a voz de Rachel Davies, mais os seus gritos violetas, não me parece evidente quais são as suas reais intenções... da parte que me toca, teria reticências em acompanhá-la num passeio nocturno numa floresta, mas no youtube ainda me vai parecendo bem, quanto aos auscultadores, não tive escolha, abri os olhos tarde de mais e volta e meia lá está ela. Não me estou a queixar.
No Point Ephemère no meio de um nevoeiro constante, pouca luz e efeitos hipnóticos não conformes às regras de segurança europeias, o concerto começou ao som forte de uma batida de coração de Argyria, de uma dança introspectivo-contorcionista que nos levaria a todo o lado, neste caso a alguns centimetros do chão em franca levitação. Não se brinca em serviço por estes lados. O Marching Song segue e persegue-nos, com o tique que mata, um tambor à frente, bem central, que é martelado e massacrado com dignidade (fórmula que já vimos funcionar com os The XX, Lykke Li e quem mais? estou-me a esquecer de alguém de certeza, que esta astúcia marca espíritos e foi utilizada com sucesso para grande alegria de, pelo menos dois, dos meus sentidos vitais). O guitarrista Daniel Copeman, que antes estava a vender o merchandising e a trocar impressões honestas com quem por lá passasse, também se prestou ao espectáculo visual com movimentos violentos mas ritmados, alternando guitarra e tambor. Consta que o baterista Thomas Fisher também lá estava, mas o espesso nevoeiro não me permitiu vê-lo, creio, no entanto, ter visto uma cabeça de vidro e alguns fantasmas visivelmente satisfeitos por participarem nesta experiência fora do vulgar e envolvente, que fez juz ao som que ja conheciamos em casa.
Enfeitiçada ou não, declaro-me rendida.
Um concerto a fazer com moderação, com riscos sérios de prejudicar a saúde mental.
Descubram o Marching Song e depois venham-me aqui dizer como é que acaba, que me entra sempre um cisco no olho e não consigo ver o final.
Se não tiverem medo de nada, entrem aqui em baixo, a porta está aberta, só não percebi ainda como é que se faz para sair. Mas uma coisa de cada vez :
Se não vais em cantigas, clica no til e começa hoje a mudar o mundo :
Mademoiselle_Carla
Uma mademoiselle, não muito singela mas que fala francês, que decripta e descodifica as mensagens sonoras que lhe são enviadas por Frequency Modulation ou em pára-quedas. Tudo será dito, muito pouco será censurado. Esperem o pior e o melhor, mas sobretudo não esperem muito.
Indie_Ana
Mulher, música, melodia, mensagem: a mesma de sempre, em mudança todos os dias. Ouvir, absorver, sentir, partilhar. Ouvir de novo o que se gosta em auto-reverse.
Noguchi Yuken
Tradição e vanguardismo numa pessoa controversa e emocionalmente instável. Ingredientes fundamentais quando se fala sobre música.
O Homem:
Indvíduo assombrado por uma dualidade dissonante, faz parte da aristocracia japonesa e não gosta de kimonos, vive a sua vida de forma austera e orientada para um ideal de beleza livre e inexistente, que se revê na sua escrita e a que dá o nome de ensaísmo utópico.
A Obra:
*a preenxer*
Leo
O coração acelera, à medida que o ritmo da canção nos pega nos sentimentos e os conduz corpo fora... Ao coração respondem os instrumentos e a música faz-se assim: de uma instantaneidade que apetece mais e mais...