segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Glasser - Iniciação a Sessões Misticas de final de Verão


Glasser, ou melhor, Cameron Mesirow, prepara-se para dar à luz um album leve e profundo, que anda a levar mais longe caminhos antes traçados por Beach House, Björk, Bat for Lashes e uma Fever Ray versão menos underground. Por enquanto, três faixas andam a ser mixadas e remixadas por todos os DJs atentos do planeta e a ser apropriadas por todos os dealers competentes. Uma volta urgente ao seu espaço no local do costume deixa-nos adivinhar sessões hipnotico-tribais em noites mais inspiradas.
http://www.myspace.com/glasssser

Do album Ring, sabe-se que vai sair a 28 de Setembro nos States, que as faixas Apply e Tremel foram seguidas de Home e que no seu myspace hoje andava um Glad a rodar. A investir, seguir e se deixar possuir.


Mlle_Carla, a levitar longe e muito alto

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Of Montreal - Muito prazer anunciado para Setembro

Quando já ninguém tiver férias para tirar e quando o Verão já estiver para trás, com a sua generosidade de festivais de Verão, sol e banhos de mar, vamos poder abrir a surpresa que a banda Of Montreal anda-nos a preparar com mais ou menos secretismo.
O albúm False Priest vai estar por aí no final de Setembro nos leitores e auscultadores mais precavidos. Mas para quem anda atento a este blogue, a setinha no quadradinho já vai dar que falar e ouvir.
Please look at the traila to find Infinite Pleasure:



Mlle _Carla, que não anda a dormir nas férias

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

SW 10 - 8 Agosto

Mondo Cane de Mick Patton
Um concerto que acertou na mouche no festival Sudoeste, onde o second degree é a única forma de sobrevivência e de manutenção do nível limite de sanidade mental.
Fatinho branco, muita brilhantina, um bigodinho que não lembra a niguém, e aqui temos Mick Godfather Patton a fazer-nos viajar no ambiente de um hipotético filme de Kusturica sobre a mafia siciliana, através da fusão de um megafone com um violino.
O mundo estava a precisar disto.
Eu não.


Beirut
Ainda os técnicos de som preparavam o terreno e já se gritava no palco secundário mais cheio do planeta. Zack Condon podia vir-nos cantar os parabéns a você acompanhado de uma bilha de gás e seria aclamado, mas decidiu abrir com o magnífico Nantes. E a partir daí já não me lembro de mais nada, mais admirada que os já muito admirados Beirut, com tanto entusiamo. O público exaltado conhecia de cor as letras, cantava os sons da trompete, dançava com o acordeão, encorajava o piano, saltava com a bateria. Houve quem tivesse proposto Elephant gun para hino de Portugal, nada nos poderia ter preparado para o que se passou naquele palco.
A organização deste festival ou tem muito sentido de humor ou é completamente inconsciente... 


Air

Massive Attack

Mlle_Carla (post em construção)

SW 10 - 7 Agosto

Friendly Fires
Muito longe da imagem dandy dos videoclips, o britânico Ed Macfarlane, incendiou o palco secundário de um já muito quente dia, revelando-se um verdadeiro e furioso animal de palco. Com uma dança sensual de meter inveja à Shakira e muita, muita vontade de dar uma verdadeira razão de ser a este dia de festival, Friendly Fires acelarou muita batida cardíaca.
O concerto arrancou com um enérgico LoveSick, seguido de um Jump in the Pool desarmante. Ed promete-nos festa e cumpre. Salta para o meio do público, não para um banal crowd surfing, mas para dançar com que mereceu, ao som de uma batida irresístível (Thanks Jack !) , posso dizer que dancei literalmente com o muito suado e contagiante Ed Macfarlane.
True Love, seguiu-se de um muito saltado Skeleton boy.
It´s hot, so Hot in Portugal
As pingas de transpiração saltavam, mas ao meu lado saltava-se ainda mais quando começou In the Hospital.
No hiper ritmado Kiss of Life, temi ficar afónica, ao meu lado havia quem metesse a a mão à garganta. Mas sem piedade segui-se um frenético On Board. O golpe de misericórdia ficou para o fim com um histérico Paris, com o grupinho da frente completamente extasiado. And every night we'll watch the stars / They'll be out for us.
Encore sem saída de palco, por aqui, não há cá descanso nem mudança de camisinha.
Ex Lover fecha um concerto fe-no-me-nal que não passou despercebido para quem esteve na Herdade da Casa branca para ouvir música.
Oooooh kiss of life


Bajofondo
Depois do arraso no palco secundário, dirigi-me a medo, ao que estava prometido neste muito peculiar cartaz e infelizmente não entrei em coma alcoólica, pelo que fui transportada ao Festival do canal Panda, com o patrocínio de Mika.
Sentada no chão, cabisbaixa e deprimida com tanta felicidade cor-de-rosa, já não estava à espera de nada para além do pó. Do pó viémos, ao pó voltaremos. estou a referir-me ao parque de estacionamento, que proporcionou muita gargalhada com mensagens deixadas nos vidros dos carros.

E de repente, LUZ !

Ao princípio, olha e parecem os Gotam Project, depois, olha que não, são muito melhores, para finalmente perceber que este grupo originário do país do Tango, estava-nos a levar ao mais original, vibrante, arrepiante e completamente inesperado momento da noite. O público que se ía juntando, ía começando a dançar, a girar, a saltar, as caras a formar um largo sorriso genuíno. Bolas que até estou a ficar com pele de galinha ! Foi preciso vir um grupo da Argentina e do Uruguai para nos lembrar que a música também pode trazer felicidade, daquela que está mesmo muito cá dentro. Sortudos e abençoados os que invadiram o palco e abraçaram esta boa gente.
Estou a exagerar ? Este último parágrafo é particularmente ridículo ? Cliché ? Kitsh ? Ide correr ouvir, é tudo o que vos digo.
Amen, aleluia ! 

 

Mlle_Carla, depois da traversia do deserto, em estado de graça

sábado, 7 de agosto de 2010

SW 10 - 6 Agosto

Lykke Li
Foi a razão de vir este dia à Herdade da Casa Branca, mas não estava à espera de assistir a um momento tão forte e explosivo.
I´m good, I´m gone arrancou as primeiras emoções fortes desta noite, com um fumo branco que nos levou para um mundo distante, mesmo muito longíquo do imenso mar previsível e pouco empolgante do cartaz do dia.
Sons como o singelo Dance, Dance, Dance foram transformados com uma forte percurssão, uma presença de palco sensual e enérgica, quebras no momento certo e muita mestria na arte de surpreender, mesmo os que conheciam de cor o albúm Youth Novels.
O excelente Breaking it down foi-nos apresentado na sua versão alternativa (de que já tinha falado num post anterior) com uma Likke Li teatral, em botas de salto improvável e um vestido-capa negro, um xaile por vezes a tapar a cara, durante uma dança frenética, como foi o caso na performance na Hanging High, e uma expressão de quem está mesmo a sentir a música. Expressão que se contagia nos restantes músicos e na maior parte dos que estiveram no local certo desta noite.
Uma surpresa com uma versão de ready or not dos Fudges com a cantora de apoio, numa dança inesperadamente sexy, encaixou na perfeição, mesmo para quem não é fã do género.
O Little Bit ganhou uma nova dimensão ao vivo e conquistou o público mais céptico que respondia ao sinal e forma de coração que Likke Li enviava.
No final um sentido falling down terminou discretamente, com um beijo de despedida, esta nuvem de êxtase. Estávamos de volta à terra, cruelmente, sem um desejadoe necessário encore.
Tivémos ainda direito a duas canções nunca antes tocadas. Em baixo nos quadradinhos do youtube, Bónus extra !



Um das duas excelentes músicas novas, tocadas pela primeira vez em público :



Uma pequena amostra da estrondosa versão de Dance, dance, dance :


De resto, foi andar a correr, primeiro para fugir da neo-zelandesa Ladi6, muito contente por aproveitar o Verão e as praias de Portugal. Ao menos alguém satisfeito.
A seguir correr ainda mais depressa para escapar aos melos durante James Morrisson. E, finalmente, já estando por tudo, aterrar na tenda na mesma altura dos Nu Soul Family. E aqui, seria preciso ser muito snob para não admitir que estes, ao menos, sabem animar e motivar multidões, participar nos Da Weasel foi sem dúvida uma grande escola. Um momento para homenagear António Feio, ao som de Celebrate da Madonna... Depois ainda tivémos um Jamiroquai, com as músicas do costume, o tal chapéu de indío e muita sopa na maneira de apresentar mesmo os sons mais interessantes.

Mlle_Carla, directamente da praia do Carvalhal

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

SW 10 - 5 Agosto

Groove Armada vieram ao socorro de um dia de festival sabotado por M.I.A. e os The Very Best explicaram-nos faixa a faixa porque é que se chamam assim. The Flaming Lips merecia outro post à parte, outro festival, outro público.

The Very Best
Como esperado, o som do Malaui, invadiu a tenda, com a voz e simpatia de Esau Mwamwaya e com um MC vindo directamente da África do Sul para nos mostrar para que é que servem os MCs, para nos fazer vibrar, pular, gritar. Duas dançarinas, ainda vieram contribuiram para entrarmos no calor desta fusão de sucesso afro-europeia.
A tenda encheu rapidamente, para se transformar numa imensa e enérgica festa a lembrar os Buraka Sound System, mas desta vez, só com os hits e sem momentos repetitivos e longos.
Julia fez o público aquecer, o Warm Heart of Africa contou com a voz gravada dos Vampire Weekend, e no final, escolhidas pelo MC, houve quem subisse ao palco.
O melhor desta tenda, esta noite, sem dúvida. Depois de uma Rye Rye, com a energia e a repetição perfeitas para uma aula de aeróbica e um Marcio Local profissional, mas sem originalidade, com música brasileira daquela que já se faz há 20 e ainda não evoluiu.


The Flaming Lips
Vieram depois de uma Maria Gadú igual a umas 40 que o Brasil exporta por década e uns Bomba Stereo, liderados pela colombiana e com certeza atleta, tendo em conta o que ela correu no palco, Liliana Saumet, que bateu mesmo ao lado do que estávamos a precisar...
E finalmente ... entrámos no fabuloso cérebro de Wayne Cayne, numa viagem psicadélica, surreal e humorística.
Come on, come on, come on ! Incentivava rápida e nervosamente Wayne a um público que andava ali a ver passar as bolas gigantes que lhe enviavam do palco. She don´t use Jelly, she uses vaseline chegava-nos genialmente acompanhado de umas alminhas perdidas saídas do público e vestidas de cor-de-laranja, sem saberem o porquê de estaram ali, mas afinal onde está a Britney Spears ?
Surreal, mas tão sarcasticamente divertido...
Tentou-se, e conseguiu-se, reacção ao pedido  mais ridículo da noite, uma espécie de singalong ao som do She said I can be a motorcycle ... na parte do monkey insistou-se e o público imitpu o som de um macaco, de um leão, da brisa do vento ... muito bom ! ... para quem está de fora ...
Come on, come on, come on, we have two songs left.
Final com Do you realize, that you have the most beautiful face ? nariz ampliado de Wayne no écran gigante a trás, confettis, fumo, bolas, tudo.
Tudo.

M.I.A.
Até pensava que gostava de M.I.A., agora já não sei de nada. Há concertos que nos impressionam pela negativa, há fraudes e depois há o concerto da M.I.A.
O momento musical mais interessante foi quando ela fumou um cigarro de alguém do público.
DJ e MC sem interesse, bailarinos idem
Até o Paper planes foi desprovido de interesse, com a M.I.A. em cima de um desgraçado assalariado, a canção toda, sem conseguir cantar melhor do que o senhor das farturas.
E sim, ela ofereceu tequilla e fez crowdsurfing e esteve muito perto dó público... uma boa festa de garagem nos subúrbios...

Groove Armada
Já suspeitava que podiam salvar até o Titanic, mas fizéram ainda melhor salvaram um dia de festival em naufrágio. Entráram com a promessa de um I see you baby, mas optaram por nos apresentar, e muito bem, o novo albúm Black Light, com dois vocalistas à vez, e muito, muito bons.
Na herdade, reconheceu-se e gritou-se whenever I´m down, I call you my friend, seguido de um excelente solo de trompete de Andy Cato. Mas o pó que até agora esteve escondido debaixo da erva, soltou-se no encore com Superstyling.
Uma armada invencível !
Thanks !

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

SW 10 - 4 Agosto



DJ Zé Pedro
O Zé Pedro, quando não anda aos pontapés, é um animador simpático, que diz adeus aos festivaleiros e fá-los saltar. Bom para lembrar o ambiente das festas à noite na escola secundária, que se passavam na cantina. Do Beat it do Michael Jackson, aos Queen, passando selvagicamente pelos Rage against the magine, ele ajudou a provar que o recinto está pronto para os saltos, nada cai e nem há tanto pó quanto isso. No final o sinal dos braço cruzados. Tchau, Zé Pedro, até à próxima feira lá da terra  !

2ManyDJ
Desde a minha primeira vez na Eurodisney que não me divertia tanto. E nem sequer me estou a esquecer do simulador do Star Wars - Pura diversão dos remixes e passagens geniais.
Com a inteligência original de se usar palavras chaves para passar de som, dos Money, Money dos Abba a todas os hits com este título (faltou o Billy Idol, é verdade!), com os Gossip a cavalo da Chaka Kan e do "Stardust" dos Daft Punk, com a dica do reggae "I'm gonna take you to outer space" a passar para o "Outer space" dos vibrante Prodigy, tudo acompanhado por um video feito por encomenda, com imagens excelentes, a contar a epopeia do set memorável de ontem à noite. O melhor trabalho de VJ de uma vida. O mais genial set de todas as noites.
Fim apoteótico com confettis amarelos com o love will tear us apart, de vocês sabem quem.


A pista já abriu, podem vir !

Mlle_Carla, a ir para a praia de Almograve

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Lykke Li no Sudoeste

Lykke Li é a prova que as loiras não são necessariamente burras e que da Suécia, para além de nomes que nunca de lá deveriam ter saído como os Ace of Base ou os Roxette, também se exporta boa música, Isn´t det*, Peter Bjorn and John ? E não, não me esqueci dos que fizeram a Mamma Mia...
Youth Novels é o único album de Lykke Li, que entre algumas faixas simpáticas, tem outras fantásticas e que já foram descobertas pelos médias e transformadas em EPs "I'm Good, I'm Gone", "Breaking It Up" (piscadela de olho com sorriso para a versão alternativa) e "Little Bit".
Tem um site feito e actualizado como um verdadeiro site, com um blogue, dowloads gratuitos, fotos, histórias e fácil de encontrar, mas mesmo assim eu ajudo, é ir ao http://www.lykkeli.com/
Com a Lykke Li, o que é fácil é fazer como ela diz : dance, dance, dance !


*"Não é ?" em sueco. Adoro o programa translate!

Mlle_Carla, adivinhem a fazer o quê ...