sexta-feira, 8 de julho de 2011

Alive 2011 - Dia 2

Isto vai parecer muito estranho mas, 4 horas de sono depois, o que me faz sorrir não foram as bandas que tinha sublinhado no cartaz e que me levaram ontem a Algés, o que mudou o rumo da minha noite passada foi alguém que nunca tinha visto mais novo, nem ouvido mais tocante. Seasick Steve veio mesmo do Mississippi, não é preciso confirmar no Google, todos os clichés estão lá, barba longa, sotaque, tatuagens, guitarras personalizadas feitas à mão a partir de caixas de tabaco, outras com três cordas, outra ainda com uma corda, outras que nem guitarras chegam a ser e uma voz daqueles senhores entusiastas que nos lembram que o fim está próximo, mas desta vez com outros discursos. O som que dominava a tenda mais supostamente alternativa e muitas vezes empolgante deste festival não foi o que se esperava, foi um blues-rock and roll-folk e sei lá o que mais. Eu gosto do Steve. Dos seus conselhos para não irmos para o Oeste, quando queremos ir para Sul, para não sussurrarmos, quando o que queremos é gritAAAAR, da sua triste história de infância, do seu avô açoriano que nunca conheceu, dos seus olhos enquanto cantava à rapariga escolhida na plateia uma canção de amor, da sua energia, do seu som original e sincero. Hurray !

E depois vieram os Primal Scream.
E vieram com o Screamadelica que tantos dissabores me trouxeram com os vizinhos nos anos 90, pelos vistos parecia que a isolação sonora do meu quarto tinha umas arestas a limar. Detalhes, comparado por tudo o que fizeram por mim numa época tão difícil da existência, a adolescência. A Bobby Gillespie, à organização deste festival, à minha mãe e ao mundo um muito obrigada por esta viagem nostalgica, que às vezes também é preciso. I'm yours, you're mine.
Aproveito por pedir desculpa a todos e todas que pisei no "Come together", não sei o que me deu, normalmente sou muito mais razoável do que isto. Desculpem.

Qualquer dia volto aqui para vos falar dos simpáticos Everything Everything de Manchester a quem daria a dica de darem mais atenção e força ao sintetizador, mas a mim nunca niguém me pergunta nada ..."Photoshop Handsome" foi giro, que foi. Também virei falar da grande festa de dança e comunhão que nos proporcionou Kele. Thanks, thanks, thanks. E do estranho, mas bom que foi cantar Paixão com Os Golpes e o Rui Pragal da Cunha. E do bem louco que nos pode fazer os Foo Fighters em momentos de raiva, que, como helás nem tenho tantos assim acompanhei apenas até meio que outras obrigações me esperavam noutros sítios e no dia a seguir.


Mlle_Carla

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