A primeira cez que ouvi Beak foi num jantar e posso dizer que ouvi também tudo a que tinha direito. “Gostava de ter esta música no meu enterro”, “Um cantor que não tem voz, um baterista bêbado, um bocado de puntch, puntch para satirizar e ainda por cima gravaram tudo numa garagem, a acústica não poderia ser grande coisa” e quando passou a faixa Barrow Gurney, começaram os clássicos “Ups, acho que a tua aparelhagem está avariada” and so on, and so on ... Na verdade, depois de algumas garrafas a coisa já começava a passar melhor e as críticas diminuiram.
No dia a seguir, ouvi o LP melhor, desta vez sozinha. Afinal de contas, o Geof Barrow é só o fundador dos Portishead, alguma coisa de bom tinha que sair dali.
O que se pode dizer é que Portishead, ao pé de Beak, têm um som comercial. Se a Lady Gaga está num lado extremo e muito comercial da actual cena musical os Beak estão no muito longíquo oposto. Far far away. Supeito que durante os 12 dias que passaram fechados a fazer este disco, o público e o mercado nem lhes passou pelos cabelos.
Ao fim de 5 escutais integrais, umas por teimosia, outras porque já agora até me apetece mais um bocadinho, o som entrou, entranhou-se e agora está aqui na sala e está em todo o lado. Parece que Beak é só para mim e para mais ninguém. Vivemos e passamos por muito juntos nesta última semana.
Um bocado de research no myspace e fico mais tranquila, um dos três musicos que formam os Beak, o Matt Williams (Team Brick) afirma não compreender a musica que faz. Não sou so eu !
Beak são três musicos que ja sabem o que valem e podem permitir-se juntar-se num estudio sem recorrer a grandes tecnologias e experimentar, ponto. Eles são o Geoff (que vem dos Portishead ou os Portishead é que vêm dele), o Matt e o Billy Fuller (aqui vai ser um grande parentese : Massive Attack, Robert Plant, Malakai e Fuzz Against Junk).
Ouvi dizer que o que fazem se chama de espécie de rock regressivo, seja la o que isto quer dizer. A ouvir com moderação, pode morder!
dreamofbeak.blogspot.com
Gostei do que ouvi. O Geoff sempre foi de experiências. Basta ouvir o último álbum dos Portishead.
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