domingo, 17 de julho de 2011

Super Rock 2011 - Dia 3 (Bónus vídeos : The Vaccines e Strokes)

Ao contrário do que estava previsto o concerto que se revelou o melhor deal do dia não foi o dos Strokes, mas sim os dos The Vaccines, no palco pequeno e com meia multidão de eleitos que não sucombiram ao charme do melhor lugar para ouvir a banda de Julian Casablancas. Não vai haver detalhes para ninguém, este post é um post de bonus fotografico e de videos. Não têm nada que agradecer, é para isso mesmo que aqui estamos.
JUNIP
Voltem sempre, da Argentina ou da Suécia ou de onde quiserem, mas voltem.




Ian Brown


The Vaccines


What I expected from the Vaccines was what I get : Excelente som, comunicação q.b. músicas tão poderosas como os auscultadores me tinham prometido, audiência pouca mas boa - o céu do Meco.





The Strokes







Mlle_Carla

sábado, 16 de julho de 2011

Super Rock 2011 - Dia 2 (Bónus vídeo Portishead e Arcade Fire)

Mais dia menos dia isto ía acontecer, metade da população nómada do Super Rock perdeu a voz, mas ganhou coragem para viver melhor no ciclone Arcade Fire. Estávamos todos à espera deste concerto, uns desde que nasceram, outros desde que alguém decidiu que a cimeira da nato era mais importante e outros desde as 17 horas da tarde. Todas as esperas foram justificadas, Arcade Fire e o público conseguiram ir mais longe e mais alto do que as mais altas expectativas da NASA. Tudo valeu a pena, o pó, as filas intermináveis porque lhe pareceram bem à gnr, a persistência e mesmo a canja cor de rosa fushía dos The Gift. Tudo.

Arcade Fire


Descrição em construção
Ontem foi (também) assim no Meco :



Portishead


Descrição em construção





Maratona Lusa : Um som original com recurso a objectos improváveis, que se deixa gostar de Noiserv, um Rodrigo Leão que se queria mais autêntico e um alinhamento que não lembra a ninguém dos The Gift
Alguma pena de ter perdido The Legendary Tigerman

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Super Rock 2011 - Dia 1 (bónus : vídeo Lykke Li)

Tame Impala



Por causa das filas infindáveis para chegar ao local mais desejado desta semana, o itinerário desta vossa dealer começou com as guitarras e a juventude estranhamente calma do grupo vintage Tame Impala.
Há bandas assim, que nos agradam nos auscultadores, que até nos fazem correr para os ouvir tocar os sons preferidos, mas que nos deixam a desejar algo mais ao vivo, mais creatividade e espontâniedade. A banda australiana no público lembram-nos que vêm de longe e que até são bons rapazes. Se é assim, então está bem.

The Kooks


Beirut

Não sou monárquica e ne me parece que me passará pela cabeça algum dia propor uma revolução nesse sentido, mas assim de repente passou-me pela cabeça que se Zach Efron se sentasse no trono lusitano seria imediatamente proclamado rei de Portugal tal não é a exaltação unânime que sempre presencio nas suas actuações por estas bandas. Desta vez foi um verdadeiro mar de 60 mil braços e coros afinados, uns mais do que outros, que só não se ajoelhou porque não havia espaço à frente. Gosto do som que vem do leste e da simpatia deste grupo, tenho algumas músicas que nunca saiem do meus auscultador, mas confesso que não foi desta que vi o concerto até ao fim, depois do irresistível "Nantes" e do novo relato da noite que passou com uma prostituta em Marselha dei por mim aos saltinhos mortinha para não perder pitada de Lykke Li.

Lykke Li


A inventiva Lykke Li não desiludiu, num concerto dramático, mais dançante, mas menos violento do que o do ano passado no Sudoeste, Lykke provou mais uma vez que sabe bem o que é agradar e surpreeender - há sempre arranjos diferentes, novas batidas, ritmos frescos, mesmo para o ouvinte mais experimentado nestes sons que vêm do Norte, mas que há vezes se misturam com um som quente que vem do centro do mundo.
O final não correu como eu estava à espera, uma saida algo abrupta deixava antever um regresso ao palco, faltava o Break it up, bolas. Mas assim que os músicos sairam de cena metade da plateia correu para o concerto dos Artic Monkeys que já estava a fazer saltar muito boa gente. Fiquei com um gosto estranho na boca, queria mais, claro. Para a próxima perguntem-me como é que se faz, estas manias de entrar e sair funcionam na perfeição se a outra banda é fraca ou nem sequer ainda começou, agora com a cabeça de cartaz em simultâneo fica mais difícil. Mas eu teria ficado, eu e mais os teus fãs à séria, Lykke. Volta !
Encores falhados ou imaginados à parte, ontem foi assim :



Artic Monkeys

O excelente som deste festival deixou os Artic confirmarem que têm um som que funciona muito bem, diria mesmo melhor ao vivo. Tivémos direito a um encore e acredito que ainda haja quem lá esteja a pedir só mais uma.

Mlle__Carla

sábado, 9 de julho de 2011

Alive 2011 - Dia 3

Frendly Fires provaram que tretas como ai a hora é má e ainda está sol e é muito cedo e o público isto e aquilo valem exactamente por aquilo que são : tretas de desculpas. Frendly Fires incendiou amigável mas selvaticamente o palco, toda a cena e todo o festival que anda a precisar de excitação, entrega, boa música e loucura em doses generosas. O espectáculo foi muito parecido ao do ano passado no Sudoeste, com mais efeitos e um Ed com menos curvas, a dançar assim também eu. As músicas seguem-se quase sem interrupção, sempre a subir higher, higher, o público adere em peso, há sorrisos em todos os rostos estamos todos felizes de estarmos aqui e aproveitamos para dançar com Ed Macfarlane que mais uma vez junta-se a nós numa dança frenética e festejamos, vivemos e fomos felizes para sempre. Kiss of Live.

Julia & Angus Stone, assim como Fleet Foxes já nos tinham conquistado nos nossos auscultadores e se chegámos perto do palco foi para admirar, ver e ouvir como é que aqueles sons nos conseguem transportar para mesmo muito longe, assim ao vivo e sem rede. Já gostávamos, continuamos a gostar e agora esperamos que regressem, mas desta vez sem a interferência dos sons que teimam a chegar da tenda do lado.  "You guys are super sweet" Sabem ? Não é a primeira vez que me dizem isto...

Pronto e tudo até estava a correr bem e até estava bastante satisfeita da minha vida quando um vulcão rebentou, havia lava por todo lado e a promessa de solos férteis estava implícita, Nick Cave renascido do já mais do que poderoso antigo Nick Cave entrou em palco e se de antes já não deixava pedra sobre pedra, agora com The Grinderman nem sei como é que não foi ainda proibido de tão demolidor, erótico, revolucionário e muitos mais adjectivos excessivos que empaledecem à frente do concerto mortal de ontem à noite. Não sei como é que é possível ter ali mesmo à mão o mito vivo que nos vem tocar e cantar nos olhos com uma voz que vem de de um passado muito longe mas com a sonoridade do futuro. O concerto do ano, sei que 2011 está a ser um grande ano, que vai ser muito melhor daqui a uma semana, mas um Nick Cave melhor do que um Nick Cave não pode ser superado. E o público foi realmente fucking awesome o palco foi toda a tenda e bem merecemos um encore, que  há experiências que não deviam acabar nunca.

Mlle_Carla

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Alive 2011 - Dia 2

Isto vai parecer muito estranho mas, 4 horas de sono depois, o que me faz sorrir não foram as bandas que tinha sublinhado no cartaz e que me levaram ontem a Algés, o que mudou o rumo da minha noite passada foi alguém que nunca tinha visto mais novo, nem ouvido mais tocante. Seasick Steve veio mesmo do Mississippi, não é preciso confirmar no Google, todos os clichés estão lá, barba longa, sotaque, tatuagens, guitarras personalizadas feitas à mão a partir de caixas de tabaco, outras com três cordas, outra ainda com uma corda, outras que nem guitarras chegam a ser e uma voz daqueles senhores entusiastas que nos lembram que o fim está próximo, mas desta vez com outros discursos. O som que dominava a tenda mais supostamente alternativa e muitas vezes empolgante deste festival não foi o que se esperava, foi um blues-rock and roll-folk e sei lá o que mais. Eu gosto do Steve. Dos seus conselhos para não irmos para o Oeste, quando queremos ir para Sul, para não sussurrarmos, quando o que queremos é gritAAAAR, da sua triste história de infância, do seu avô açoriano que nunca conheceu, dos seus olhos enquanto cantava à rapariga escolhida na plateia uma canção de amor, da sua energia, do seu som original e sincero. Hurray !

E depois vieram os Primal Scream.
E vieram com o Screamadelica que tantos dissabores me trouxeram com os vizinhos nos anos 90, pelos vistos parecia que a isolação sonora do meu quarto tinha umas arestas a limar. Detalhes, comparado por tudo o que fizeram por mim numa época tão difícil da existência, a adolescência. A Bobby Gillespie, à organização deste festival, à minha mãe e ao mundo um muito obrigada por esta viagem nostalgica, que às vezes também é preciso. I'm yours, you're mine.
Aproveito por pedir desculpa a todos e todas que pisei no "Come together", não sei o que me deu, normalmente sou muito mais razoável do que isto. Desculpem.

Qualquer dia volto aqui para vos falar dos simpáticos Everything Everything de Manchester a quem daria a dica de darem mais atenção e força ao sintetizador, mas a mim nunca niguém me pergunta nada ..."Photoshop Handsome" foi giro, que foi. Também virei falar da grande festa de dança e comunhão que nos proporcionou Kele. Thanks, thanks, thanks. E do estranho, mas bom que foi cantar Paixão com Os Golpes e o Rui Pragal da Cunha. E do bem louco que nos pode fazer os Foo Fighters em momentos de raiva, que, como helás nem tenho tantos assim acompanhei apenas até meio que outras obrigações me esperavam noutros sítios e no dia a seguir.


Mlle_Carla

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Alive 2011 - Dia 1

Alinhamento Anna Calvi

Alinhamento These New Puritans

Ontem o itinerário passou obrigatoriamente por Anna Calvi e These New Puritans. Esperem, consigo fazer melhor. O itinerário passou obrigatoriamente pela revelação do ano, muito melhor ao vivo do que sem cores, Anna Calvi e os surpreendentes e frescos e revigorantes e, opá, os mesmo muito bons These New Puritans.

Os lábios ardentes de Anna Calvi, criatura improvável nascida de uma hipotética noite ardente entre Patti Smith e Jeff Buckley, que segundo consta nem sequer existiu* superou a onda que eu julgava adivinhar. Estive errada duas vezes : Avalanche, que não houve e nível de levitação que provou não ser fruto de imaginações mais férteis.
O Big Bang deste festival deu-se numa tenda esvaziada por uma Blondie do outro lado do recinto. Não vou fazer comentários. Obrigada. Anna livrou-nos um concerto que veio mudar a ordem das coisas. Se até agora ouvia Jezebel ou Desire como banda sonora de momentos especiais da minha vida, agora vou passar a fazer por ter uma vida especial para justificar este som fora do comum e elevante. Sempre. Anna Calvi esteve perfeita, o som forte que altera batidas de coração não vacilou e a noite subiu acima dos acordes fáceis e insípidos que até agora nos tinham acompanhado.
Agora ? Agora quero a Anna Calvi com a sua Fender na minha sala. Com ou sem a poderosa cover do Elvis "Surrender". Rendição ... nem era preciso pedir.

These New Puritans tocaram para nós, os dealers deste blogue e outros 4 iluminados. Não demasiado longe os Coldplay atiravam confettis e bolas e fogo de artifício e músicas que todos conhecemos sem nunca ter escolhido, num muito mau som e com muita sopa, talvez da boa. Mas sopa, mesmo assim.
Corri para a tenda abandonada de público mas cheia de novidade e talento. Quase perdi a fé na democracia pela segunda vez no espaço de dois meses. Agora These New Puritans são uma espédie de tesouro escondido apenas para previlegiados, o live tem destas coisas, ouve-se nos auscultadores e gosta-se, mas partilha-se momentos secretos e marcam-se muito mais profundamente traços do que essas tatuagens tão na moda.

Mais tarde vou passar por aqui para falar de James Blake, Patrick Wolf e Grouplove, porque valeram a pena e muito provavelmente me vai apetecer.

* As fontes cor-de-rosa deste blogue nem sempre estão actualizadas. Desconfiem.
Mlle_Carla