sábado, 17 de julho de 2010

16º Super Rock 16 Julho

Concerto fucking awesome dos The Temper Trap, a merecer a menção honrosa por parte desta vossa dealer, bem enquadrados por uns Beach House impecáveis e uma outra dimensão patrocinada pelos Grizzly Bear, acompanhados pela sweet Victoria. Pequeno arrefecimento pela parte dos Cut Copy.
St. Vincent, a banda a acompanhar e nunca mais largar. Mas vamos por partes, que a noite foi longa e prometia.


Godmen
Arrancar um festival, com um público que ainda não está lá, que tem que lutar contra um forte efeito de contra luz, nunca será fácil, mas estes valentes portugueses, equipados por uma voz inesperada, que se exprimia em todos os registos, com especial incidência para aquele tão especial, que normalmente só se encontra em shows dragqueen, e um público fanático de 5 primos e 8 amigos. Uma bateria, um baixo, um guitarra. Ok, pode ser. Podem ficar, passaram o teste.



Jamie Lidell
Um movimento groovy, de calções e chinelo, abriu com bom ambiente o palco grande. Jamie Lidell, distribui boas sonoridades e vibrações, com a sua band, o keyboardman Jimmy de Nashville e um computador que lhe amparou o jogo numa boa performance de beat box, num momento one man and machine show. Os hits Another Day, do novo album apresentou-nos o Enough is enough, mas foi o Multiply, especialmente dedicado aos street singers da frente, ao público da esquerda, do catinho da direita e de ali de trás, que ajudou o público a dançar, de preferênca à sombra, com um sorriso feel good.


St Vicent
From Brooklin, New York, entrámos fundo num underground luminoso. Não sabiam que existia ? Existe. Num universo paralelo, original, que nos vem lembrar que ainda não está tudo feito e que, com ouvidos bem abertos, anda existem surpresas sonoras que valem a pena serem ouvidas.
A ouvir muito depressa e em silêncio Actor out of work, The strangers, Help me e Now, now.
I love St. Vincent
Thank you very much
Obrigado very much, já dizia a excelente Annie Clark. Voz e talento a seguir.


Mayer Hawthorne
Maybe so, maybe no, maybe ... ainda só estavam os mesmos que tinham sido embalados por Jamie Lidell, a maioria nunca tinha ouvido Mayer Hawthorne, mas mesmo assim, ele arrisca um microfone para o público à espera da resposta ao refrão. Resposta que, evidentemente, não veio, mesmo se a boa vontade estava lá, Mayer sabia que ía ser assim, mas arriscou, um risco controlado e num second degree muito apreciado para quem tem sentido de humor ou já conhece os videoclips com mensagem de I´m a looser, baby. E mais a história de alguém que lhe pediu um autógrafo e depois perguntou "You´re Vince Vaugh, right?". Fatinho gingão branco de risquinhas azulinhas bébé, Mayer marca pontos com voz de gente grande, num segmento onde os cantores são levados à séria. Um Sinatra com auto derisão, que já privou com Snoop Doggy Dog e de onde saíu Gangsta love. Tivémos ainda direito a uma viagem a Motown, com o A strange arragement. E para os single people, uma palavrinha de (des)encorajamento Just ain´t gonna work out.
Alguém que suba ao palco para lhe dar um beijinho !


Beach House
O festival à séria começa agora, com verdadeiros fãs, verdadeira... bom, não vou dizer verdadeira música, porque essa já tinha por aqui passado, mas que ficava aqui bem, ficava.
Victoria Legrand, aclamada "Victoria, you´re my light", por um fã mais entusiasta, dominou ao centro, o teclado e assegurou com a voz que se conhece e a cabeleira que enlouquece. O público já vinha rendido de casa e do alto do pedestal, os Beach House fizeram desfilar os êxitos esperados, de um dream rock indie pop do melhor se faz por aí, Use to be, Silver Soul, Zebra e o mais recente Norway. Anedotas de Céline Dion à parte You know you're gold, you don't gotta worry none / Oasis child, born and so wild / Don't I know you better than the rest / All deception, all deception from you, os Beach House estiveram num estado de graça e fizéram-nos saber, com uns "You´re a very atractive audience, I don´t want to sound groupie" do Alex Scally ou um "We don´t know each other, but we will always have each other" da dita Victoria.
We are very lucky to be here ...
E para finalizar I'd take care of you if you'd ask me to / In a year or two / I'll take care of you, take care of you, that's true...


Cut Copy
Demasiada guitarra, para um grupo que tinha conquistado o mundo com sintetizadores ... Expectativas demasiado em alta ? É possível... E eu que queria tanto dançar loucamente ao som de Hearts on fire ou de Far away. E dancei... mas fiquei a suspirar por uma influênca mais marcada dos New Order. O público reagiu bem,a mim faltou-me o shhh e fiquei com um gosto ácido a Ibiza ao ver aquela massa dançante toda.


The Temper Trap
Dougy Mandagi tem a voz estranhamente certa, uma presença contagiosamente easy going e eléctrica, sabe que martelar um tambor à frente do palco, pode levar ao delírio, saltar para perto do público e mergulhar nele é bastante apreciado e que com o Sweet disposition pode ir longe.
Concerto de festival, braços no ar, gritos ensurdecedores das espanholas que me calharam na rifa, tudo a saltar.
Grande live deal ! Há fotos e descrições, há. Mas deviam ter estado lá !
A moment, a love / a dream, a laugh / a kiss, a cry / our rights, our wrongs / a moment, a love / a dream, a laugh / a moment, a love / a dream, a laugh


Grizzly Bear
Brooklin strikes back ! Concerto sem falhas, a dar-nos o que queriamos. Pela segunda vez neste ano, os GB, entraram sossegadinhos e explicaram-nos por A+B porque é que gostamos do estranho ambiente psicadélico em que nos mergulham. Edward Droste, apresenta-nos a sua convidada, não tão surpresa assim, Victoria Legrand, que vem dar uma nova cor a este momento com tuas canções escolhidas a dedo, Two weeks e Slow Life, com a sua realmente grande e hipnotizante voz. Foi curto, foi a meio, mas a partir daí o concerto ganhou uma nova força. E se rendidos estávamos, mais rendidos ficámos. Fica para a história, este concerto, como o concerto da bandeira branca.

Keane
Pareceu bom, pareceu fácil, muito amor à mistura, mas não houve tempo para tudo. Ouvi dizer que os casais presentes e entendidos na coisa, beijaram-se com a língua.


Pet Shop Boys
Não era fã, não fiquei. E o que eu me pelo, por uma boa teclada... Pois que havia blocos com imagens que mexiam, um drive in para quem assim o entendesse. Cubos nas cabeças. Chris Lowe andava a passear pelo palco, Go West e tal... Não é por acaso, que a melhor parte foi emprestada do Elvis, que estará always on my mind.

Mlle_Carla

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