sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

She was there ! Artic Monkeys, O Campo foi pequeno demais ...

O tempo ganhou formas de metamorfose no recinto do Campo Pequeno. Primeiro, porque parecia ter congelado. Depois, porque nos escapava entre mãos, de tão depressa que passava...! Quando o relógio marcou as 22h, hora prevista para a entrada dos primatas, os ânimos já iam alto, aquecidos pelos Mystery Jets. Olhava-se ansiosamente para o relógio e os ponteiros simplesmente não andavam...! Queríamos ouvir o acento british de Alex Turner, acompanhado pelos riffs agressivos daquelas guitarras que parecem ter alma própria. Da bancada, o espectáculo era digno de registo fotográfico: os espaços brancos que se viam na plateia, tinham sido vorazmente preenchidos pelos que chegavam em cima de hora, uma massa associativa que, cá em cima, teve direito a lugar nas escadas! Eis senão que... As luzes se apagam, a cortina vermelha que tapava o palco se abre e os gritos, de tão agudos e estridentes que eram, se fazem ecoar pelas bancadas fora... Ei-los! ‘Dance Little Liar’, do fresquinho ‘Humbug’, é a saudação de entrada, fazendo-se acompanhar por ovações quentes deste lado de cá do palco. Na verdade, tínhamos todos sede de Arctic Monkeys! Referia a critica da especialidade, aquando da saída do novo trabalho, que este não tem a mesma força dos dois anteriores. Não se notou nada! É certo que os êxitos dos álbuns antigos, como o incontornável ‘Brianstorm’ ou ‘Fluorescent Adolescent’ levaram a massa ao êxtase total..! Mas ‘My Propeller’ e ‘Crying Lightning’ andaram lá muito perto! Em parte alguma concerto do concerto houve momentos baixos. O nível rock esteve sempre da altura do recinto. Já os ânimos, ultrapassaram-no! Ouviram-se as velhinhas ‘When The Sun Goes Down’, ‘Still Take You Home’ ou ‘I Bet You Look Good On The Dancefloor’, ‘The View From The Afternoon’ e a psicadélica ‘Potion Approaching’. Mas num concerto de 20 músicas, é difícil assinalar o momento alto. Talvez quando, surpreendentemente, os confetis brancos desceram e dançaram ao som de ‘Secret Door’, assinalando o final da terceira visita da banda britânica a Portugal. No encore que precedeu um ataque de saudável histerismo, o presente foi ‘Cornerstone’ e ‘505’. Intenso e incendiário, o concerto de Arctic Monkeys no Coliseu de Lisboa veio só confirmar que o fenómeno da banda de Sheffield é de explicação difícil: ao terceiro álbum incendeiam tudo e todos! ‘See you again’ despediu-se Alex Turner. Cá vos esperamos... Ansiosamente!

L.A.T., enviada especial SounDealer

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